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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Este fim de semana foi uma bela mistura de coisas boas e más, positivo e negativo, ira e alegria, embaraço e leveza, foi uma grande salganhada, e claro, como não podia deixar de ser comigo a "meter os pés pelas mãos" mas bem, já somos todos adultos e se passamos limites e nos descontrolamos infelizmente não se aplicam castigos como acontece com as crianças que fazem asneiras. Seria mais fácil, mas não. Já nós, adultos, quando sabemos que fizemos asneira não há melhor juiz do que a nossa bela consciência.
Mas bem,
e não é que o inesperado, por vezes, também acontece. Como naquelas noites em que as expectativas não são baixas, são ruinosas mas depois...
e quando a blogosfera é um amontoado de textos que não dizem nada nem me fazem sentir mais que isso mesmo, depois há outros que em poucas palavras nos enchem o coração.
Não tenho muito bem a certeza se posso considerar uma pessoa maluca por estar permanentemente à espera de outra. Na verdade, tanto quanto me já me apercebi, essa é uma das condições essenciais do Amor. Esperar, às vezes sem sequer saber por quem.
por Bagaço Amarelo
e este texto, que me diz tanto como se eu um dia o quisesse ter escrito e nunca tivesse encontrado as palavras para tal.
Afinal há homens que percebem as mulheres, e pelos vistos muito bem.
É estupidamente engraçado que se em 2010 me dissessem que viria parar à China, eu iria rir à cara podre e dizer "tás é maluco/a". Quis o destino que tivesse vindo cá parar. E fui ficando, ficando, até hoje sempre mais um dia, mais uma semana, mais um mês e por cá continuo.
Hoje, durante uma das minhas aulas (como professora), dei por mim a achar graça às voltas que a vida dá, ainda ontem estava sentada do lado de lá como uma simples e desinteressada estudante de chinês. Descobri esse desinteresse talvez só no fim quando me apercebi que se estudasse por gosto não me custaria tanto quanto custou. E, porque a não acreditar nas coisas não acho que valha a pena insistir nelas não insisti nesse estudo.
Não sei se algum dia me senti encantada pela China, decerto há algo que me faz estar (ainda) por cá. Necessidade, hábito, desafio, talvez um pouco de tudo isto. Não digo que gosto, aliás mais são os dias que penso "não posso mais com isto" e depois outros que acho que "está ok". Mas não vibro de todo nem com as pessoas, nem com a cultura, nem com a língua, nem com a comida, nem com o exotismo.
E no seguimento deste post virá outro, bem mais elucidativo, só para não estar a falar de coisas à toa que depois até nem dão em nada.
Mas se hoje me disserem que viverei na China muito mais tempo do que previa hoje, ainda assim duvidaria, mas também não colocaria as minhas mãos no fogo negando categoricamente essa hipótese.
Está precisamente tudo em aberto...
Quarta pode ser um grande dia, ou, pelo contrário, só mais um dia do calendário...ainda que de banal não terá nada!
Tinha a sensação de não ser assim tão impressionável, mas desde que cheguei a terras orientais, ando muito sensível e uma das coisas que me provoca mais pavor é estar constantemente a ser olhada, apontada, comentada pelos chineses que nunca viram uma laowai (estrangeira) por estas longínquas terras. Agora adoptei uma técnica nova, ignoro, não olho absolutamente para ninguém na cara, evito-os, ignoro os seus olhares, ainda assim sinto os seus olhares em bico em cima de mim, como se eu fosse uma atracção do circo. Mas até que tem corrido bem, que isto de tar sempre a mandar olhares intimidantes já me andava a cansar, mas lá que 95% das vezes funcionava lá isso funcionava.
Hoje aconteceu-me o contrário, e juro que não foi por mal, mas por acaso pus os olhos em cima de uma chinesa que me fez lembrar tanto alguém, como se se tratasse do seu clone, da sua outra metade, tudo era parecido, tanto que me assustou, e durante a viagem toda de autocarro, eu sentada, ela de pé à minha frente não consegui desgrudar o olhar dela. É claro que ela notou, e sentiu-se francamente incomodada, juro que tentei não olhar, mas há coisas estranhas que acontecem por motivos indecifráveis.
Como, mas como há duas pessoas fisicamente tão idênticas no mundo, e entre tantas pessoas eu tinha de ver o clone logo daquela?
Há vidas que tocam a tua, as quais têm uma influência na tua vida maior que imaginavas poder ser possível. Está na hora de dar uma volta de 180º graus na minha vida, e que está pela frente um fechar de um ciclo que não me tem deixado estar em paz.
No outro dia estava a passar "Forrest Gump" no canal de cinema pelo qual estou definitivamente viciada porque me dá preguiça de ver os filmes que tenho no pc quando só preciso de ligar a tv sem ter de pensar o que hei-de ver, mais fácil ver o que está a dar no momento mesmo quando o filme já vai a meio.
Já tinha visto "Forrest Gump" uma vez, mas não resisti ver de novo, também porque já não me lembrava muito bem, mas sabia que tinha gostado da primeira vez que vi. Agora gostei mais ainda, pela mensagem do filme que é única, pela história que é muito bonita e que pode bem ser a história de vida de alguém real, pelas paisagens e cenários dispares e encantadores, e, sobretudo, pela magia do filme.
Esta frase resume a mensagem do filme, "Life is like a box of chocolates. You never know what you're gonna get." - "a vida é como uma caixa de chocolates, nunca sabes o que vais encontrar".
A vida é mesmo uma caixinha de surpresas, julgamos que temos poder para decidi-la mas de um momento para o outro ela prega-te uma partida que muda a equação toda. Algo que te deixa preso, algo que te muda para sempre, algo que te faz equacionar toda a tua vida de uma nova perspectiva e, que nos deixa a pensar se o chocolate que nos vai sair a seguir sempre esteve ali à nossa espera, porque nos estava destinado, ou se, pelo contrário, fomos nós próprios a escolhê-lo de livre e espontânea vontade. Muito sinceramente não sei, talvez seja como o Forrest Gump diz no final do filme, talvez sejam ambos a acontecer ao mesmo tempo, destino e poder do acaso a funcionarem em simultâneo para imprimir à nossa vida um carácter de aleatoriedade premeditada.
E quando temos a certeza do chocolate que queremos para nós, mas tampouco sabemos se ele nos está destinado, aí faz-se o quê? Deixa-se tudo nas mãos do acaso? isto porque se formos a crer na ideia de destino, então é certo que, mais tarde ou mais cedo, esse chocolate nos virá parar às mãos caso nos esteja destinado.
Há dias assim em que só me apetece escrever, hoje é um desses dias, também por ter mais tempo para me dedicar a este hobby que tanto prazer me dá.
E hoje porque tenho tempo para respirar, para pensar, para parar um pouquinho, para ter os meus momentos introspectivos dei comigo, e também porque me deparei com a curiosidade de algumas pessoas a meu respeito, a pensar em como a vida é curiosa.
Quando estamos dentro das situações muito dificilmente conseguimos avaliar as pessoas, as suas atitudes, a sua preocupação com o outro, o seu altruísmo, no fundo, o seu comportamento face ao momento em que comunicamos, convivemos, coabitamos, vivemos e respiramos do mesmo ar. Não temos filtros para ver realmente como as pessoas são, como verdadeiramente são, até ao seu âmago. Hoje ao olhar para trás é tão fácil analisar tudo, e tirar as elações mais exactas de certos comportamentos que na altura relevei, por tontice e não só.
Isto para dizer, e porque sim, eu falo por enigmas, que as coisas que me tocam positiva ou negativamente e que deixam marca só a mim me dizem respeito, e a poucos mais e, não querendo fazer disso assunto de blogue, a verdade é que a conclusão que hoje retiro do que vivi, do bom e do mau, é somente uma. Por mais voltas que a vida dê, eu sei quem não voltaria a querer ter na minha vida, pessoas que em vez de verem em ti o lado positivo preferiam apontar o dedo ao negativo, pessoas que, a pensar que te faziam bem realçando o negativo, faziam era deitar -te ainda mais abaixo.
E o que há por aí de pessoas assim, essas, meus amigos, quero ver pelas costas, e nunca mais nunca mais deixar chegar perto. Porque, à partida, de alguém que se acha muito boa pessoa é desconfiar sempre, que quem mais apregoa o seu peixe é seguramente quem menos valor tem.
Já outras pessoas, aquelas que te aquecem o coração só com a sua presença, que irradiam tanta energia boa, que te fazem sentir mais leve, mais bonita, mais natural, mais positiva, mais inteligente, mais importante do que realmente és, essas são as verdadeiras que interessam (senão as únicas), aquelas que adicionam valor à tua vida, aquelas que te dói não ter por perto, que te fazem querer que o universo dê as voltas que tenha de dar mas que tas traga para bem perto. Essas tu rezas convictamente, mesmo não sabendo rezar, até ao dia que te fartes das rezas e optes mesmo por puxar os cordelinhos quando vês que o universo anda demasiado ocupado e preguiçoso para te as trazer de volta. É que, acredito mesmo, que se nunca fizeres nada talvez um dia olhes para trás e chegues à triste conclusão que não foi o universo que foi injusto, mas tu é que não lutaste pelo que querias. Não sei se podemos deixar a nossa vida à mercê do todo poderoso.
Eu ainda estou crente no poder do destino, até ao dia que me fartar e decidir fazer alguma coisa mais louca mas decididamente menos passiva.
Tem sido o meu lema dos últimos tempos. Dar a minha opinião quando a pedem, e não quando me julgo no (quase) direito de a pronunciar porque sim, porque penso, cada vez penso mais, mesmo que não queira pensar tanto em coisas que não, de todo não me dizem respeito, não se trata da minha vida, e mais importante que isso, ninguém quer saber a merda da tua opinião porque vão continuar a agir como se tu não te tivesses dado sequer ao trabalho de abrir a boca.
Hoje não é raiva, não é dor de cotovelo, não é desdém, não é nada, é uma tremenda vontade de me controlar para não sair a disparatar coisas que penso sobre a vida dos outros, vontade de conter esta vontade estúpida de esbofetear alguém até que esse alguém perceba que brincar com a vida dos outros e até com a sua de maneira tão séria quanto leviana não é saudável. Mas que raios tenho eu a ver com isso, é a vida dos outros não a minha. Epa não tenho nada, nadica de nada, só que me custa ver pessoas de quem gosto mesmo muito mesmo sem entender como e porquê de gostar tanto, a errar tão grande e forte na vida. Há pessoas que queremos mais que a nós próprios, algo não racional.
Mas sim, eu sou uma pessoa controlada, pudera com tanto andar de coração na boca fizeram-mo engolir a seco que um dia cai em mim e vi que não vale a pena sofrer em vão, nem tentar fazer sofrer outrém seja porque razão for. Sou bem melhor que isso, e por isso, controlo-me ao limite, até que há dias como hoje que só me apetece explodir. Implosões são más, mas explosões só deixam no outro a sensação de raiva mal disfarçada, de cicatrizes por curar, de ódiozinhos pequenos. E não é isso, não é, é querer bem, gratuitamente.
Caramba mas nem eu, que virei uma coruja fria por fora, ainda que, continue a mesma ridícula sentimental por dentro, consigo conter-me todo o tempo do mundo, são arestas por limar, isso e outra coisa, sabem aquele ditado de "o que não mata mói" pois hoje foi mais ou menos isso. Que não tenho sangue de barata, ainda que normalmente saiba fingir que tenho.
Este post é sobre nada de nada. Pequenas implosões só para dizer que os outros estão-se literalmente a cagar (passo a expressão) para o que tu pensas, e até mesmo o que sentes, e nunca medem o peso das palavras que usam em vão e dos falsos ideais porque se movem e mesmo assim querem fazer parecer aos outros que são os seus verdadeiros ideais.
Shame on me: a praia ferveu-me o sangue e aguçou-me a perspicácia.
É uma merda é o que é. Mas esta tipa já devia estar mais do que calejada.
"Acima de tudo, mantém os pés bem assentes no chão e a cabeça nas estrelas", Shirley MacLaine
O que vale para mim não vale necessariamente para os outros. Ainda assim gosto sempre de dar o meu parecer, quando o assunto me diz de alguma maneira respeito, claro está. Não para que os outros sigam os meus princípios, mas para que saibam por que princípios me rejo. Se calhar não faz muito sentido, mas nasci assim, que fazer.
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