Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

e porque não!?

por mandarina, em 13.08.13

E para não falar só de trabalho e do espaço que ele ocupa na minha vida (mais do que deveria deixar) apetece-me abordar outro assunto e neste caso assuntos do coração. É sabido que nos dias que correm, a minha capacidade para falar destes assuntos está para lá de aposentada. Mas hoje, vinha-me a passear nesta Lisboa, que é uma cidade tão romântica e vinha a pensar para com os meus botões sobre as coisas do coração e ocorreu-me o quão bom é nos sentirmos bem connosco e não chegarmos a um estado de total carência afectiva que nos leva a errar nos caminhos do coração.

 

Segundo os meus amigos eu não sou uma pessoa constante, e eu a crer que sim, também não vou aqui argumentar o contrário. Talvez não seja mesmo, mas vou sendo mais constante na construção da minha personalidade e das minhas atitudes. Amadurecemos, mal fora se assim não fosse. Amadurecemos emocionalmente, e sempre que penso em pessoas que estagnaram no tempo sinto sempre algum alivio por me saber hoje mais madura, emocionalmente mais forte e consciente, e arrisco mesmo a dizer, feliz pelo meu estatuto solteira & feliz, para desespero da minha mãe (haha).

 

Quanto aos amores do passado, não seria sincera se dissesse que guardo só o bom. Quanto a uns, sinceramente não guardo nada, sinto um vazio emocional e um desinteresse que não me faz desejar nem bem nem mal a essas pessoas. Quanto a raras excepções sinto um misto de curiosidade e desejo que tudo dê certo nas suas novas relações. E quanto às felizardas, só consigo sentir um pouco de inveja (da boa) visto terem tido a boa sorte de encontrarem verdadeiros príncipes (porque os há) e a esperança que a vida um dia me traga alguém igual ou, pelo menos, ao nível desses amores (quase) perfeitos do passado.

 

Enquanto isso não acontece estar solteira é sinónimo de bem estar pessoal. Estilo de vida ou não, who cares?

Autoria e outros dados (tags, etc)

Ressaca

por mandarina, em 08.07.13

É precisamente como me sinto nestes últimos dias, e não, não estou a falar de ressaca alcoólica (eu nem sequer bebo álcool).

É a ressaca de não ter, pela primeira vez na vida acho, férias de Verão e tudo o que isso implica.

Férias do Oriente, férias desta poluição, desta terra, desta gente, desta comida, desta língua este Verão não haverá.

 

E porque no sábado tinha o meu voo para Portugal, sinto-me realmente a ressacar, porque sei que hoje estaria em casa, com a família, os amigos, com direito a praia, às sestas no sofá, ao ar puro e a saborear a quietude característica da minha terra, e estaria em paz, a ler um livro, a aproveitar o sol, a deliciar-me com comida portuguesa, a falar e a fazer-me entender-me na minha língua, a matar as saudades de tudo, de todos e do Verão que é só a minha altura do ano favorita, a minha estação predilecta, o meu tempo de paz e descanso. Os dias mais longos, mais quentes mas também os mais refrescantes por todos mergulhos dados naquele mar salgado e maravilhoso.

 

Mas bom, não vale a pena chorar sobre o leite derramado, é aceitar que já não sou uma estudante, e que as consequência da idade adulta não são leves, nem te deixam muito margem de manobra. As férias ficam adiadas para Outubro, e até lá é tentar não morrer com o calor que se faz sentir nesta cidade, e aproveitar o melhor dela, os fins de semana ninguém mos tira, e pensar que o tempo passa rápido, mesmo para os que não têm férias de Verão.

 

E quanto ao "não cresças é uma armadilha" é dizer que a vida de adulto, quando já não se é estudante, é difícil, é, muitas vezes, sinónimo de "adeus liberdade" e "olá preocupações".

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

curtir a onda

por mandarina, em 14.06.13

Porque na vida assumimos várias posturas. E eu até há bem pouco tempo me via a assumir a de fatalista/pessimista e a pensar porque é que a minha vida nunca é aquilo que eu desejo, e acaba por ser sempre uma consequência do momento, do lugar, do acaso. E era razão para me sentir impotente como se tudo o resto tivesse poder na minha vida menos eu, eu que adoro ditar as minhas regras, e que agora se tem de submeter ao jogo da vida, ao aqui e agora. Felizmente descobri rapidamente que isso não tem de ser mau, não precisa de ser pesado, não na medida em que se vivermos um dia de cada vez, a amanhã deixará de angustiar tanto.

 

O não poder ir de férias quando todos os outros vão, o estar "refém" de um trabalho que não me diz muito, o quebrar de expectativas que bom, eu já devia lidar melhor com esta das expectativas (expectativas=furada), o não ter uma vida normal, um círculo de amigos sempre à mão, o viver sozinha e gostar, e o viver sozinha e achar uma seca, o despertar em sério para a vida de adulta, solteira adulta e nómada. A encruzilhada que às vezes a vida é, o desencanto do ser pouco livre que somos. Mas é aqui que encontramos o fio à meada, o fazer da nossa restrita liberdade a maior das liberdades. O saber que enquanto se é jovem se quer tudo, se ambiciona tudo, se inveja um pouco o que não se tem, o querer, o desejar, o agarrar a perfeição inalcançável e saber lidar com isso tudo. Pesar o que se tem e o que não se tem na balança, encontrar o equilíbrio, e fazer por ser feliz, ou simplesmente sê-lo.

 

E eu não sei o dia de amanhã, mas muito menos deixo hoje que isso me angustie, vivo com aquilo que tenho, ser jovem, não ter maiores responsabilidades do que olhar por mim, não ter peso nos ombros, não ter satisfações a dar a absolutamente ninguém é uma bênção que há que saber aproveitar. Ser jovem não é sinónimo de ser irresponsável, é sinónimo de ser leve, e eu adoro a leveza que a minha vida de hoje me proporciona.

 

Agora é hora de curtir a onda. Amanhã, amanhã é um tempo futuro.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Choramingas

por mandarina, em 28.03.13

Quem? Eu? Sim, também sou de lágrima fácil, aliás mais do que gostaria, sou um coração de manteiga que derrete fácil, fácil.

Mas neste caso os choramingas são mesmo os meus queridos alunos que à notícia da minha saída se puseram a chorar baba e ranho. E eu sem saber o que dizer, o que fazer, que postura assumir, em que buraco me enfiar. Já na segunda-feira com a primeira turma do primeiro ano aconteceu isso, alguns começaram a chorar, mas a chorar a sério, ainda que fossem lágrimas de crocodilo, mas não, eram mesmo copiosas lágrimas de tristeza.

É claro que, vindo de quem vem (sim porque para muitos é motivo de festa) me aquece o coração, mas também me deixou a sentir culpada com aquela sensação de os abandonar à sorte deles, e de, pior ainda, os abandonar a meio da sessão.

 

Hoje foi um pouco pior, também já estava mais cansada, na minha sexta hora de aula e aqueles tontos desatam a chorar e eu sinceramente fiquei mesmo sem saber o que raio dizer, a voz embargou-se e senti uma impressãozita nos olhos, mas não lá me controlei porque a professora tem de manter a postura, era o que mais faltava.

A verdade é que de alguns vou realmente sentir falta, os meus alunos criançolas, no fundo são uma cambada de criancinhas e alguns valem muito a pena.

 

Ah amanhã é o último dia desta aventura como professora de português, que foi curta, muito curta, mas enriquecedora e que vai deixar uma boa lembrança.

 

A vida não espera, e as oportunidades (quer sejam potencialmente muito boas ou inexplicavelmente más) também não.

 

Desculpem se ando ausente, mas eu lido muito mal com a mudança, e não tenho andado num período muito comunicativo da minha vida. Ainda assim, um muito obrigada aos que sempre me acompanham e apoiam.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por mandarina, em 19.03.13

Não, ainda não abandonei o blog e nem pretendo fazê-lo mas tem sido semanas muito agitadas, com o tempo quase contado ao minuto, muitas aulas, muitas coisas para preparar e uma grande mudança pelo meio, e ando como que desorientada, por isso talvez ainda demore um pouco a voltar a escrever como normalmente.

 

O que aconteceu foi: novo emprego, vida nova pela frente, nova cidade, e novos grandes desafios pela frente.

Mês que vem vou mudar-me para a capital, Beijing, e começar uma nova etapa na minha vida.

 

O emprego diz respeito a Portugal, o que significa que vou estar em contacto permanente com Portugal e, melhor ainda, irei a Portugal com alguma frequência. O desafio prender-se-à verdadeiramente por aprender tudo sobre o novo universo profissional, e aprender a trabalhar, usar e pensar em chinês.

 

Vamos ver o que esta mudança me reserva, espero que coisas boas, ainda que saiba que 90% da responsabilidade de correr bem ou mal será totalmente minha. Logo é hora de arregaçar as mangas e mãos ao trabalho.

 

Wish me luck, que bem vou precisar dela.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Haveria tanta coisa

por mandarina, em 10.01.13

...para dizer não fosse eu ter que fazer a mala, constatando que cada vez tenho menos skills nessa arte fastidiosa (opa sei lá eu o que me vai apetecer usar no próximo mês e meio de férias?) e constatei também que a minha roupa não sobreviverá por muito tempo às excelentíssimas cabras das máquinas chinas, aquilo não são máquinas são demónios centrifugadores. Adiante, ia então eu a dizer que haveria muito para dizer, daquelas coisas que interessam a praí 3 pessoas e meia mas depois pensei que devia guardar as energias para:

 

1. Fazer a mala (tentando não me esquecer de nada top importante)

 

2. Acabar e arrumar de vez o assunto "avaliações". Hoje quase que chorava de alívio por ter terminado as orais. Há que aprender com os erros e para a próxima não me prestar a exames que durem 3 semanas a acabar.

 

3. Descobrir onde deixar a mala big em Shanghai para ir aproveitar o dia e vadiar um pouco por Shanghai, e estar com uma "resistente" que já não vejo desde o fim do nosso Inov.

 

4. Tentar ser prática e funcional, nestes dias pré-viagem não faço nada de jeito, não durmo nada de jeito, não ando nada de jeito.

 

5. Não esquecer de comprar tampões para os ouvidos para não passar a viagem para o Dubai a ouvir chineses a ressonar a todo o vapor e comprar cadeados, não vá o diabo tecê-las.

 

6. Tentar relaxar e não beber café (já bebi), nem chá (também), nem coca-cola (já foi também) para ver se durmo e não chego num frangalho ao destino...que é como vou chegar. Que se lixe, desde que chegue!!!

 

O que eu odeio estas viagens, o processo, o ir abomino, mas o chegar vale tudinho over and over again :)

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Antevisão

por mandarina, em 07.01.13

Então e porque as férias estão aqui a bater à porta imagino já o que vão ser estas férias. Tudo começa com eu a sair do avião e deparar-me com o Sol que brilha da forma mais linda que pode haver no mundo, que me deixará com aquela sensação "finalmente cheguei a casa", não há lugar no mundo onde o Sol brilhe como em Portugal, ou pelo menos eu ainda não conheço esse lugar. Isso e experienciar aquela breve sensação ofuscante por não estar acostumada àquela luminosidade de Lisboa é uma sensação indescritivelmente boa.

 

Bom depois imagino-me a chegar a casa, e ver a minha avó com a lagrimita no olho de felicidade, e logo me vai dizer que "estás magra e mal encarada também", para ela eu estou sempre ou gorda ou magra, nunca no ponto. Mal encarada nisso concordo, também depois de uma viagem tão comprida e de estar aqui enfiada há meses neste país é normal que esteja mesmo muito mal encarada. Logo ganho outra vida, com comida decente, água decente, atmosfera despoluída, descanso e noites bem dormidas.

 

Chega o tempo para matar saudades de tudo o quanto gosto, da família, da minha casinha, da comida, do tempo, dos amigos. E vai daí terei tempo para ler, para dormir tudo quanto possa, para escrever, para estar à lareira, para estar a apanhar um solinho bom, para cozinhar, para passear e ver o mar, para ouvir música e ir ao cinema, para grandes jantaradas com os amigos, para as visitas aos lugares e pessoas que levo sempre no coração.

 

Na verdade, ainda continuo por cá mas o pensamento esse já só está lá. Só damos verdadeiro valor ao que temos e ao que deixámos para trás quando as saudades falam mais alto que tudo o resto. E as minhas já não falam, já só gritam.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Boa

por mandarina, em 26.09.12

Boa é pouco, é super boa, amo amo amo, mas continuo sem VPN por isso oiçam no youtube chino.

Amo esta mulher, e esta letra então dá-me arrepios

 

 

"Where there is desire
There is gonna be a flame
Where there is a flame
Someone's bound to get burned"

 

Perdoem-me a parvoíce mas estou comidinha dos miolos, até entrar no ritmo vou andar assim. E sábado trabalhamos de manhã, que bom!NOT mas depois uma semaninha de papo para o ar, oh yeah...

 

Querem saber duma gira, umas alunas queriam adoptar nomes como estes: Anjo (uma gaja), Vila, Elegância, e eu "ah claro" que não deixei, isto aqui não é a casa da Maria. Não há cá nomes estúpidos, isso fica para os alunos de espanhol, um queria chamar-se "cosa" , coisa portanto. São de espanhol coitados!

Aluno meu não se chama coisa parvas, têm aqui a laoshi (professora) para lhes arranjar nomes supimpas tipo, e não estou a gozar, Zumira, Ofélia, Ondira, Anastásia,Gertrudes entre outros também jeitosinhos.

 

Outra, hoje outra vez pergunta da praxe, "professora tem namorado?" eu "não", e eles "o Rui também não" (um dos alunos) e eu "pois claro" e eles "a professora não percebeu?". Façam-me de burra façam, não aconselho mas bom.

 

...

"Funny how the heart can be deceiving
More than just a couple times
Why do we fall in love so easy
Even when it's not right"

 

p.s.: E não, não estou apaixonada, mas só por causa desta música gostava de estar. Mas uma paixão boa, só para variar.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Mui(n)ta

por mandarina, em 23.09.12

Muita coisa a acontecer ao mesmo tempo nesta ainda confusa nova vida, mas entretanto entro na rotina, as aulas, o acordar cedo, o ritmo dos dias, dos toques de entrada e saída, o horário, tudo acabara por começar a fazer sentido.

 

Amanhã ultimo dia de ferias, isto porque o meu fim-de-semana conta com três dias, começo a semana de trabalho as terças, o que me da tempo para alem de dar aulas de português, poder retomar aulas de chinês. Haja vontade, algum jogo de cintura e especialmente organização (o meu tendão de Aquiles).

 

Por agora e aproveitar para por ideias em ordem, para planear esta primeira semana que só vai dar mesmo para conhecer as turmas que me calharam na rifa, os cantos a casa, e pouco mais, porque para a próxima semana e de ferias devido ao feriado nacional, e e tempo de ir visitar uma amiga a quem devo uma visita há séculos.

 

Hoje pensar que estou aqui para ser professora de uma língua estrangeira a alunos chineses dá-me alguma vontade de rir, não por achar ridículo, mas porque ate há pouco tempo não me via neste papel e agora, rodeada de verdadeiros professores, que muito falam da vida de professor, e verdadeiramente uma grande reviravolta. Estou contente por ter tomado esta decisão, por nãoter ficado na minha zona de conforto, no fundo à espera de um quase milagre que não via acontecer do dia para a noite.

 

Preferi arriscar, ver para crer, porque a mim sempre me ensinaram, quem não arrisca não petisca, e ate agora só posso dizer que esta a correr muitíssimo bem, sinto-me bem aqui, a casa já parece uma verdadeira casa, os colegas verdadeiros amigos de profissão, de conversa e de muita farra. De vida como se quer.

Então também, por isso, não me posso sentir senão uma verdadeira sortuda pelo que me calhou na rifa, esta vinha recheada de uma vida nova, num sitio novo, com gente nova e divertida, num ambiente universitário e fervilhante. Estão reunidos os elementos para uma combinação no mínimo explosiva, no bom sentido.

 

p.s.: no "ainda" teclado sem acentos

p.s.: "muinta" como se diz, e não como se escreve

Autoria e outros dados (tags, etc)

viagem ao meu mundo

por mandarina, em 07.08.12

Não estou cá, aliás se já não repararam confesso-vos que estou ausente, que é quase o mesmo que dizer que estou offline para os outros, para responder a perguntas, para dar justificações, até para falar ou estar, não estou, e não pensem que estou em período de negativismo, só que este poder de me colocar a sós comigo é um privilégio só ao alcance daqueles que sentem não depender de ninguém nem que ninguém depende deles. Ainda bem, nesta fase da minha vida é um prazer não ter de assumir este tipo de responsabilidade para com os outros. Estou por minha conta e isso é um alívio que nem vos conto.

 

Amanhã retomo ao ritmo normal das férias, o que até aqui não tinha sido possível por impedimentos vários, volto à praia, a sós com o mar, o sol, e as minhas leituras que se querem muitas e muito boas.

E assim dou inicio à segunda parte das minhas férias, feliz e finalmente.

Autoria e outros dados (tags, etc)


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Arquivo

  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2014
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2013
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2012
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2011
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D



Favoritos