Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Tudo menos nobre

por mandarina, em 18.02.14

Este post deixou-me a pensar uma vez mais no sentimento tão vil que é o ódio, e eu concordo na íntegra com o que está escrito, no entanto, acho que o ódio é um sentimento que tal como outro qualquer surge quando quer e bem entende, a diferença está nos que optam por não lhe sucumbir, não lhe dar a mão e fazer dele seu amigo de estimação, já que, e muito pelo contrário, o ódio é um sentimento inimigo, é como uma pedra que rola ladeira abaixo e tudo destrói à sua passagem se não houver obstáculo que lhe faça frente. Admito que já senti raiva, cólera, e até mesmo ódio, mas, se quanto a senti-lo nada podemos fazer, quanto a varrê-lo de nós acho que sim, que podemos e conseguimos fazê-lo se assim o quisermos.

 

Na minha família, e sem querer entrar em pormenores, há ódio, as pessoas visadas por esse ódio não merecem ser vítimas de pessoas que em vez de combaterem os seus fantasmas,  e resolverem o que de mau há nelas, sei lá, terem sido pessoas mal amadas na infância, terem sido desprezadas, ignoradas, postas de parte por alguém, terem fraca personalidade e auto-estima ou um carácter destrutivo, ou simplesmente porque nasceram com esse gene do mal, o do ódio e decidiram que nas suas vidas deveriam fazer das vidas de certas pessoas um verdadeiro inferno, continuam a seu bel-prazer a destilarem veneno contra pessoas incapazes de se defenderem (que as há).

Eu não odeio ninguém, pelas pessoas que o sintam por mim, independentemente de algo de errado que tenha feito (quiçá ter nascido) só consigo sentir total e profundo desprezo por essas almas que nasceram para odiar, controlar e dominar uns pobres coitados. 

Felizmente descobri a tempo que esse sentimento nada tem a ver comigo e que a indiferença (não fingida) é o melhor remédio para neutralizar alguém que nos odeie.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Acho que nunca

por mandarina, em 06.02.14

...falei disto de estar de volta ao ponto de partida e estar contente por ter voltado após 2 anos e qualquer coisa fora.

Se é certo que cresci mais nesses dois anos do que na restante década a verdade é que o bom de ter vivido aquilo tudo é hoje sentir-me mais madura, mais independente e muito mais destemida com a certeza de que venha o que vier cá estarei para fazer face a qualquer coisa.

 

Mas o mais importante é referir que, se nos conseguirmos abster do lado negro de viver em Portugal (que o há), não há um único dia que pense o quão sortuda sou por estar de volta, junto dos que me amam, no conforto do lar, na facilidade que é querer algo e facilmente ter coisas tão simples como, sei lá, queijo, cereais, manteiga, ou mesmo ver um filme, ver o telejornal, ir ao médico, fazer exercício ou caminhadas sem medo da poluição, ir no metro sem ser esmagada, não ter de ver crianças a urinar no chão de um qualquer centro comercial, ou mesmo ter gente a apontar à tua cara e a fazer troça do teu chinês vergonhoso ou a dizer o quão bonita e ocidental pareço. Tanto mais poderia dizer. E não cuspo no prato que comi, adorei ter vivido o que vivi na China, sinto falta do que gostava, da liberdade de poder fazer tudo sem pensar em consequências, do ser sempre desconhecida e sempre estrangeira que não percebe a língua nem as leis.

 

Mas o balanço geral é, ainda bem que fui, e definitivamente mais, ainda bem que estou de volta, sinto-me uma verdadeira sortuda por hoje poder viver aqui, ainda que aqui seja como viver numa aldeia e ter a plena consciência que o mundo está aí para ser descoberto e tem muito que oferecer.

 

Aos que estão fora aproveitem ao máximo, tirem partido do mundo, que o mundo não finda no nosso país, e se um dia tiverem de voltar, é aproveitar o que este país ainda nos reserva, tentando ver as coisas pelo lado positivo e menos pelo negativo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Mensagens pra vida

por mandarina, em 01.12.13

O mundo seria um sítio tão melhor se não tivéssemos o azar de nos esbarrarmos na vida com gente medíocre, sem escrúpulos e vergonha na cara. Pelo mal que fazem aos outros, pela sem vergonhice de ignorar o que fizeram e pela impunidade de que gozam na vida. Pena não haver castigo direto para essas pessoas, mas acredito na justiça que se fará mais tarde ou mais cedo.

 

E eu não sendo vingativa, muito menos me esqueço do que me fazem, fizeram e jamais darei oportunidade para fazer outra vez.

 

E depois dizem que eu sou exigente, nem tanto, só na medida certa, mas mais do que isso, sou somente fiel a quem é fiel a si mesmo, com princípios incorruptíveis, dignos, e direitos. De pessoa bem formada, que não traí os outros.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Smile 3D

por mandarina, em 17.09.13

Este blogue está mais parado que as águas de uma lagoa, e quer-me parecer que não vai andar muito agitado nos próximos tempos e não, nem sequer estou de férias, ou mega hiper ocupada.

Estou um pouco cansada de desabafar por estas paragens, acho que desde que cheguei a Portugal tenho-me aproveitado dos amigos para isso, para ir descomprimindo de tudo o que me vai na alma com palavras e não tanto com monólogos escritos.

 

Do que se vai passando na minha vida. Sabem aqueles que se interessam e que me interessam, e eu tenho tido a sorte de poder contar com as pessoas certas na minha vida. E sublinhar que para as erradas não há espaço nela.

 

Aprendo todos os dias a viver um dia de cada vez e tentar ao máximo que as incertezas quanto ao futuro me atormentem o menos possível, porque eu também tenho os meus fantasmas e esses não me tem deixado grande espaço para noites bem dormidas. Mas os meus fantasmas tenho de ser eu a combatê-los, e não me vendo como uma pessoa frustrada, infeliz, desesperada, e muito menos insegura sei que o me atormenta é bem mais forte que a minha vontade e defesas. Mas não quero viver uma vida com medo do futuro, daí que o segredo esteja em viver um dia de cada vez e dar baby steps. Esses que normalmente levo demasiado tempo a dar.

 

Do resto, só posso dizer que os amigos tem preenchido com muita alegria e boas doses de humor os meus f-d-s e finais de tarde, que ter conhecido pessoas excepcionais nos últimos tempos me tem feito acreditar no futuro. E que, mais importante do que todas as chatices da vida, a vida me tem sorrido imenso fazendo-me sentir uma verdadeira sortuda.

 

#BEETHEFIRST #SMILE

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Balanço final

por mandarina, em 31.12.12

Gosto mais de pensar na minha vida a funcionar por ciclos do que propriamente pensar que com a chegada do Ano Novo haverá uma mudança, mas também gosto de pensar no que foi este ano que chega ao fim fazer um balanço e tirar conclusões. Foi um ano, nem especialmente bom nem especialmente mau, fiz amigos, perdi algumas pessoas, a vida é assim, traz-nos umas leva-nos outras, não por morte, ainda bem que não, mas há outro tipo de mortes na vida, aquelas causadas especialmente por falta de elos fortes o suficiente para aguentarem a distância ou simplesmente por falta de iniciativa em manter contacto. Cada vez mais me conformo que a vida é mesmo assim, ficam aqueles que querem ficar, que chegam e dizem este lugar é meu, daqui não saio, nem quero sair. Eu com as pessoas que amo verdadeiramente sou assim, mas não com aquelas que amo mas que não me amam de volta.

 

Bom ia a dizer que 2012 foi um ano morno, de paixões em banho maria, no campo amoroso, bom não vamos falar de coisas aborrecidas. Conheci pessoas extraordinárias, hoje verdadeiras amigas, daquelas que sei que ficarão para todo o sempre, ou pelo menos lá perto. Descobri uma coisa que gosto sinceramente de fazer, ensinar português, que foi a maior descoberta quase ao acaso de 2012, algo que me dá verdadeiro prazer e orgulho, talvez algo para a vida, a ver vamos.

 

Continuo pela China, fará 2 anos não consecutivos agora em Janeiro, mas confesso-vos que a partida pode estar para breve, talvez essa seja a grande aventura de 2013 ir embora para não mais voltar. A China foi uma etapa mas não é o destino final (espero que não).

 

Longe de casa, sempre com o coração dividido entre o lá e o cá, ainda que não considere o lá uma hipótese viável por enquanto, mas o lá falará sempre mais alto nesta equação que é a minha vida, toda ela confusa e incerta.

 

Continuei a escrever, parar é morrer, a escrita para mim sempre ocupou uma parte significativa da minha vida, é a minha expiação, é a forma que encontro de me expressar, sempre foi desde que me conheço como gente, e sempre será, é a minha paixão sem finalidade outra que não a minha satisfação pessoal. E, por isso, digo-vos que a abandonar a China jamais abandonarei o Mandarina, bom mais vale não prometer, mas uma coisa é certa, a escrita essa acompanhar-me-á até ao final dos meus dias.

 

Votos de um óptimo 2013 aos meus leitores e amigos do coração.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Improbabilidades

por mandarina, em 22.12.12

Sinto que perdi a capacidade de expressar-me neste cantinho. Na verdade, ando muito mais reservada até com as pessoas que verdadeiramente me conhecem e com quem me abro naturalmente. Cada vez mais sinto que dificilmente os outros podem compreender os meus sentimentos. Muitas vezes, nem eu própria consigo entendê-los, então sentir e traduzi-los por ideias e palavras revela-se cada vez mais difícil e doloroso. Por isso vou guardando para mim, e sinto que gostaria de não indagar muito sobre o que sinto, sentir já é o suficiente para nos deixar perturbados, pior ainda é quando queremos entender tanta coisa que não está de todo ao nosso alcance.

 

A mística dos sentimentos, a incapacidade de controlo que temos sobre eles, o não querer sentir e ainda assim sentir é uma verdadeira confusão.

Sinto falta de poder partilhar sentimentos. Este ano sinto que foi um ano a meio gás, tornei-me mais vulnerável ao exterior, dou comigo a pensar sobre quem me vai ler e o como vai interpretar o que lê. Não que tenha cometido um crime, nem sequer sinta algo proibido, mas a verdade é que ter conhecido alguém que me fez sentir pela primeira vez na vida vontade de ser "eu" sem refúgios, vontade para me abrir sem reservas, para partilhar as coisas mais improváveis, aquelas que só conseguimos partilhar com alguém que conhecemos desde sempre.

Só pessoas especiais têm a capacidade de nos fazerem sentir especial, conseguir estar sem medos e sem reservas, falar e expressar o que nos vai na alma sem pudor, sem subterfúgios, sem vontade de nos escondermos atrás de máscaras. Alguém que tem sempre as palavras certas ou que te passa as melhores vibrações do mundo. E ainda ser genuíno e autêntico, verdadeiro e extraordinário.

 

Mas a vida é improvável, como também o é neste caso, e além de improvável, é difícil senão impossível. Vá impossível também não, mas a vida leva-nos por outros caminhos, imperfeitos e muito menos agradáveis que nesses em que ele faz parte.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Segundas chances

por mandarina, em 04.08.12

A vida por norma não nos concede segundas oportunidades, não nos traz pessoas do passado para fazer parte da vida de hoje ou de amanhã, não nos traz amores perdidos, mal resolvidos; não nos ensina a perdoar ao ponto de trazer pessoas que nos magoaram muito, não nos concede segundas oportunidades de fazer bem, de estar bem, de refazer, de agir com cuidado, de apagar coisas que foram ditas num momento irreflectido.

Não, a vida segue em frente, e dificilmente nos trará novamente essas pessoas, as que amámos, as que fizeram parte do nosso dia-a-dia, as que estavam à mão, as que estiveram sempre ali, pode até fingir-se que se mantém tudo igual, mas nada ficará igual quando não mais se faz parte do dia-a-dia de alguém. São vidas que já não tocam a nossa, a não ser artificialmente, à distância, ou que, muito raramente, a tocam por um elo muito superior à separação física. Ainda assim, a vida segue, o tempo cura as mazelas, as saudades acabam por dissipar-se, outras vidas tocarão a tua, outras lhe darão sentido, os acontecimentos, porque tudo à tua volta segue, ruma em frente, encarregaram-se de levar uns, trazer outros, e, por mais que penses que podes controlar alguma coisa, não controlas nada, a vida segue, fica muito pouco, normalmente ficas tu contigo próprio, mas nunca igual, e nem por isso, melhor.

 

180079_202048513141939_100000103744737_819816_6733440_n_large

Autoria e outros dados (tags, etc)

O meu pai dá o mote

por mandarina, em 03.06.12

Amar é gostar tanto de alguém ao ponto de lhe querer o maior bem do mundo, sem lhe impor condições, negar ou julgar.

Amar é isento de obrigações, de satisfações, de julgamentos e pareceres. Amar é respeitar a liberdade do outro, nas suas escolhas, nas suas decisões, nas suas borradas. Amar é desejar que o outro, mesmo até por caminhos tortos, se encontre e encontre a sua maneira de ser feliz. E independentemente dos caminhos percorridos para chegar a essa felicidade, saber que, na essência, a pessoa amada em nada mudará, por mais que mude a sua visão sobre o mundo e dos demais. Amar é ir mais além, é ver mais além, é não querer, nem exigir mais do que se pode, mas querer o bem do outro mais que a conta. Mesmo que a conta possa vir a ser alta. 

É pagar para ver, e o meu paga!

Obrigada pai.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Sonhos

por mandarina, em 01.05.12

Hoje ao almoço enquanto conservámos sobre o que viria a seguir, quem vai para onde, quem fica, e o que nos leva a sair e procurar outras soluções para além do nosso país, sendo do mal normal este tipo de discussões para quem se sente sempre com um pé aqui e outro acolá, um pouco no meio, no meio da aventura, do desconhecido, do novo, do inexperenciado, do mistério e da ilusão que vira a realidade de todos os dias e o quanto isso, essa incerteza, às vezes assusta mas também alicia e seduz.

 

Eu também não sei o que vem a seguir, não sei dizer onde vou estar depois disto, não saber deixa-me um pouco dormente, não sei se quero saber, não sei se por medo, por necessidade de iniciativa e decisão mas porque enquanto não sei não sinto nada, vou ao sabor das ondas.

Não me sinto, contudo, perdida, sei ao que estou, ao que quero estar, sei o caminho que quero percorrer, sei que não posso voltar já para onde quero, mas também sei que, quando voltar, voltarei muito diferente(para melhor, acho) de que quando parti. Isso dá-me força, dá-me certezas e convicção para continuar.

 

Hoje se me perguntarem o que quero fazer a seguir, digo sem problema algum, ir para casa de férias. O buraco deixado pelas saudades é grande, fere e faz-me arrastar o tempo aqui. Tenho saudades de casa como nunca tive, sei que preciso de curar estas saudades e depois terei forças, as que me começam agora a faltar, para voltar e continuar ao que vim. É uma jornada com muita meta por cumprir, assim espero, assim anseio, assim sonho que seja.

 

E não me quero perder nas ideias, nem nos objectivos, não quero andar mais à deriva, já chega de deriva, hoje sei quem sou, amanhã espero saber quem quero ser. Sonhar é bom, sonhar com os pés bem assentes no chão, mas andar à deriva angustia e enfraquece o espírito e a perseverança que tem de ser maior que os obstáculos e que as pequenas adversidades do dia-a-dia.

 

A vida sem sonhos é uma bela porcaria, mas um sonho sem substância não passa de uma quimera.

Autoria e outros dados (tags, etc)

confissões tardias

por mandarina, em 11.04.12

Caímos de quatro por quem admiramos, então porque não também por quem nos admira? Não faria mais sentido ser assim. Afinal quem nos dá valor devia ficar como que iluminado aos nossos olhos, e não quem não nos passa cartão ou não desce do pedastal de menino Jesus adorado e idolatrado.

 

Amamos quem admiramos mas a sério que acho que devia ser mais, amar quem tem a capacidade de nos amar como somos e de nos enxergar com olhos luzidios que, pronto podem até pode nem corresponder à verdade exacta, mas lá que deveria fazer crescer saudavelmente o ego e a confiança e o amor próprio isso deveria.

Já sei que o segredo anda sempre ali no meio, o ponto de equilíbrio seria amar quem admiramos e quem nos admira. Porque será tão difícil acertar o compasso? Não parece nada do outro mundo. E ao fim e ao cabo é, porque normalmente quem admiramos nunca nos ama de volta, é como que uma espécie de joguinho sado-maso e talvez a prova mais concreta que o ser humano é mesmo um ser muito estúpido.

 

E lá estou eu a divagar outra vez.

Autoria e outros dados (tags, etc)


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Arquivo

  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2014
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2013
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2012
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2011
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D



Favoritos