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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
É uma arte que usada com moderação leva-nos a atingir bons resultados, mas se usada excessivamente é capaz de se tornar chata para com o coitado que é levado sempre a ceder.
Digamos que eu cedo muito facilmente às ideias do big boss, aliás é ele que manda, eu estou na base da pirâmide. Digamos que gosto de me mostrar uma pofissional bem flexível, agora para o caso de ele se esquecer que eu sou flexível sou gaja de lhe relembrar e ele não atender às minhas little exigências.
Afinal esta arte de cedências só funciona se for bilateral, right?
"If you are bored with your life you are obviously doing something wrong"
I am, I am...
Estes dois artigos,
o primeiro que nos conta a história desta senhora Alice, matar é e sempre será um crime, mas que não pode ser julgado da mesma maneira quando o assassíno é afinal a vítima durante 38 anos de martírio. O artigo está tão bem escrito que lê-lo é um exercício emocionante.
o segundo porque achei pertinente pela sátira e verdades que encerra mas especialmente porque toca num ponto fulcral de qualquer sociedade, a defesa da igualdade. O comentário "campanha "adopte um funcionário público" está demais.
Como não poderia deixar de ser. A má notícia é que a colega de trabalho, super gente boa, super querida, durou uma semana no trabalho. Fartou-se disto bem rápido, também pudera, caiu-lhe tudo em cima, todas as traduções, todas as tarefas que eu não posso fazer, e claro não tá para abdicar da vida dela por uma empresa que mal conhece, conclusão vai embora, o que significa que para mim virão dias dificeis pela frente, nem quero imaginar, muito menos ver o que por aí vem.
Isto na minha opinião não deixa de ser normal, uma empresa não pode funcionar com 2 pessoas, uma com pouca experiência nesta área (eu) e outra a quem cabe fazer tudo desde secretária, a tradutora, etc. Agora falta saber como é que o boss se vai arranjar com este pepino, logo numa época que mais precisa de ter tudo feito e para ontem.
Boa notícia é que quando falou com a colega que vai agora embora disse-lhe que se o negócio correr bem, no futuro eu serei transferida para Portugal para o escritório de lá, que eles pensam abrir. Isto é tudo muito cedo para me pôr aos pulinhos, porque antes disto tudo, preciso transformar-me naquilo que eles querem, alguém que fale chinês espectacularmente bem, alguém que saiba vender bem e mais do que isso alguém em quem possam deixar tudo nas mãos, no que respeita aos clientes em Portugal. Será um ano complicado, e será um desafio tremendo, e tudo depende do meu esforço e dedicação, mas se tudo correr bem, daqui a algum tempo posso estar a voltar para Portugal para viver e trabalhar. E isso é um sonho de ideia, melhor notícia do dia, do mês e possivelmente do ano.
Não vai ser fácil, mas impossível também não. Por isso, quero muito acreditar que depende de mim eu conseguir construir a profissional que eles querem que eu seja e agarrar esta excelente oportunidade de poder voltar para Portugal nas condições certas.
E o tempo em Pequim tem estado uma verdadeira maravilha, quentinho e solarengo.
Com tantas férias uma pessoa até se esquece que daqui por duas semanas volta ao batente.
Entre Portugal, França e depois Ásia uma pessoa até fica mareada das ideias.
Digamos que viajar do velho continente para o de olhos em bico é mudar de universo de um dia para o outro, e nem sei dizer se a mudança é necessariamente boa, é diferente lá isso é. Com a força do hábito, uma pessoa habitua-se a estas andanças entre cá e lá.
Mas antes da China, das multidões, poluição, confusão, e agitação constante, vamos lá molhar os pés para me ambientar aos ares asiáticos.
E daqui a 4 meses novo destino, só os astros saberão qual. Do destino saberão os astros, mas quanto à China, sei-o eu e bem, será tempo de dizer: zaijian definitivo.
Acho que nunca gostei tanto de tar de férias como agora, voltar às origens e pensar que pertencendo aqui não pertenço verdadeiramente a lado nenhum e nem quero pensar no que isso significa.
Este blog está uma seca, talvez sempre o tenha sido, mas agora que não tenho iras irracionais contra o meu ódio de estimação: a China e os chineses (nem todos vá) ainda ficou mais seca e pior que isso, egocêntrico de vómito. E para mais não me envergonhar de não escrever nada de jeito vou-vos fazer o favor de não escrever até que me volte a inspiração.
p.s.: isto tudo para dizer, tou de férias, é hora de ler e não de escrever.
Tirei a primeira lição do ano: os erros saem-nos caros, literalmente. E eu como não gosto de desperdiçar dinheiro à toa tenho de aprender a lição e ficar com ela bem aprendida e assimilada para evitar futuras peripécias iguais.
Mas não falo só de dinheiro, essa parte é tramada, agora arcar com as consequências de tais erros é a parte que mais custa, ainda mais se forem daqueles erros que sabemos estar a cometer conscientemente e estás ali naquele momento de o evitar e mesmo assim com as evidências à tua frente do quão estúpido é fazer algo que sabes que é errado mas que não consegues controlar não sei, por estupidez, por pura ignorância ou mesmo por preguiça de pensar. Os erros pagam-se caros e eu tou fartinha de cometer erros tão básicos e mesmo assim não aprender a lição de uma vez por todas. Isso e a vida impelir-te a páginas viradas, e tu bem sabes quanto custa virar a página mas os acasos da vida conseguem ser mais diabolicamente engenhosos para ainda assim te obrigarem a viver aquilo que disseste não mais querer reviver.
E se não perceberam, aqui vai a lição n.º2, não percam demasiada energia a tentarem perceber pessoas que não se entendem a elas próprias.
Tem piada quantas vezes o mundo ia acabar e não acabou, parece que amanhã acaba novamente, para na verdade não acabar e continuar tudo na mesma. Eu não sei vocês mas eu vejo mais o mundo a acabar porque nós, de tanto o maltratarmos, acabaremos por destrui-lo de uma vez por todas graças ao nosso egoísmo e incapacidade para protegê-lo. É a poluição que aumenta e da qual ninguém quer saber, é a vontade de desenvolver e de construir de uma forma insustentável, é este nosso consumismo desenfreado, é a nossa incapacidade de respeitar a natureza e ainda fazer pouco dela explorando-a sem olhar às consequências dessas acções que, a meu ver, mais tarde ou mais cedo, nos custarão a vida neste planeta.
Sim, acredito que um dia a raça humana, o mundo, o planeta vá acabar, talvez não amanhã, ainda que sinceramente já estou como uma colega, se acabar que acabe de vez e para todos, se poder ser quando esteja a dormir melhor ainda, que assim não dou conta de nada e estarei bem quentinha e aconchegada. A vida, a que tanto estimamos, não é mais do que um tempo de passagem, e não saber que se está de passagem e ter consciência que hoje estamos aqui mas amanhã podemos já não estar parece-me algo bastante mais insensato que não acreditar que um dia este mundo acabará. O mal está, não em não acreditar no fim do mundo, mas precisamente em não fazer nada para o prevenir quer seja para nós, quer seja para os nossos, o mal reside precisamente na nossa forma destorcida de ver o mundo, esse que tão mal tratamos e tão friamente espezinhamos...
Não acreditam? leiam aqui.
Ontem vi um filme, porra também ando a acertar mesmo em cheio em filmes deprimentes, e demasiado melodramáticos, então no filme de ontem, a gaja, a super sensível, genuína, altruísta, numa palavra, a verdadeira, apaixona-se pela eternidade, e até que é correspondida, até ao momento que chega outra, mais esperta, mais decidida e determinada, cabra sem coração, invejosa e desesperada que põe logo fim ao namoro platónico dos dois.
Depois é vê-la a guardar aquilo que sente só para si, aguentar ver e ouvir os outros dois a fornicarem, e a aceitar calada e quietinha no seu canto, é claro que passados muitos anos a coisa dá para o torto e o casalinho separa-se que lá está quando não há amor não há milagres, e ainda assim, a tonta afasta-se e deixa passar a oportunidade à espero que o destino o traga de volta, que acaba por trazer, lá vivem o seu amor enquanto o diabo esfrega um olho, e o filme acaba com ele a morrer e com ela a agradecer por ainda ter tido algum tempo com ele. E eu fiquei a pensar, será que é ela que se contenta com pouco ou será que são as minhas expectativas que são grandes demais?
Será que o amor não tem mesmo limites?
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