Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Estou simplesmente a adorar ler Murakami, tem uma escrita que nos seduz desde o princípio ao fim, e queremos sempre ler mais, mergulhar na leitura por inteiro. Há um especial toque lúgubre na sua escrita, as personagens são misteriosas e melancólicas todo o tempo. Como se perpetuasse um estado de nostalgia constante, um certo abismo que as atraí e retraí e que faz o leitor identificar-se com os vários estados de alma, quase sempre muito sombrios, quase imersos numa constante treva, dos personagens.
Gosto, aliás adoro, autores melancólicos. Ao bom estilo trágico e impreterível.
A morte existe, não como o oposto mas como parte da vida. A morte existe e nós continuamos a viver e a respirá-la a plenos pulmões como poeira fina. Até esse dia, eu tinha percebido a morte como algo inteiramente alienado e independente da vida. A mão da morte está pronta a tomar-nos, havia sentido, mas até aquele dia nunca nos havia tocado, deixava-nos em paz. Isto parecia-me simples assim, lógico. A vida está aqui, a morte ali. Eu estou aqui, e não ali.
Contudo, na noite em que Kizuki morreu, perdi a capacidade de ver a morte (e vida) de maneira tão simples. A morte não era o oposto da vida. Já estava aqui, com o meu ser, tinha estado sempre aqui, e nenhuma luta me permitiria, algum dia, vir a esquecê-lo.
(tradução minha)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.