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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Época de exames...os chineses e os exames, o quanto não haveria para escrever acerca deste tópico. Para além de os estudantes chineses passarem a vida a fazer trabalhos de casa, que é normalmente proporcional ao seu tempo livre, passam a outra metade a preparar-se para os temidos exames, porque a pressão é enorme e porque é uma vergonha o aluno não passar nos exames, por isso, o medo e a vergonha é o sistema a que os professores recorrem como método de os obrigar a estudar sempre, mais e melhor. A exigência é grande, a pressão ainda maior, e as expectativas sempre lá no alto, depois é vê-los a matarem-se e a matar o tempo livre em prol dos standards a que aspiram. Num país em que, o nível de competição é alto e em que ser fraco ou preguiçoso é o mesmo que ser falhado, é ponto assente que a sua vida gire à volta dos exames e dos resultados que obtêm deles. E estudar significa normalmente pôr tudo para dentro da cabeça tal e qual o professor o ensinou. Se as respostas saem ao lado então é porque a atenção nas aulas ou a fazer os tpcs foi pouca e o poder de memorização anda a falhar, porque não se pede que os estudantes pensem por si, senão que sigam à risca as regras e não andem para ali a inventar que depois faz o professor ter de pensar e pensar dá trabalho como o caraças!
Mas como é sabido, os professores são exigentes, exigem pelo menos que as respostas estejam conforme o que ensinaram, por isso, alunos toca a decorar, decorem tudo, bem decoradinho, que isso é o suficiente para tirarem boas notas, boas notas essas que fazem o professor feliz e dá-lhe a sensação que o rebanho não anda perdido e que, assim, não terão problemas a explicar aos superiores o porquê da sua falha enquanto professores.
Odeio exames, mas daí sempre odiei, não é so desde agora, é desde que sou criança, poucas vezes os falhei, e sempre que isso aconteceu senti uma imensa vergonha, nunca fui capaz de ser leviana o suficiente para pensar, "quero lá saber, é só uma m***a de um exame". Ainda hoje penso assim, se recebo uma má nota sinto vergonha e sinto-me extremamente desiludida comigo mesma porque sei sempre, disso nunca duvido nem quando o exame é mesmo dificil, que podia ter sempre feito melhor.
Com os exames da passada semana foi assim, não correram bem, a culpa não é de mais ninguém senão minha. E, no entanto, já lá vai o tempo que olho para os exames como uma prova de fogo que senão for passada significa que sou uma falhada. Sei da importância dos exames, e sei que, apesar da pressão e até alguma injustiça por em 2 horas ser obrigada a mostrar aquilo que aprendi em 2 meses, é muito importante que existem estes momentos de avaliação, porque nos obrigam a rever, porque nos obrigam a estudar e porque assim conseguimos avaliar as nossas fraquezas e, o mais importante, que nos dêem conta da nossa evolução. Por isso, neste sentido, um bem haja aos exames.
Falo por mim, porque realmente interessa-me pouco como as outras pessoas encaram os exames, cada qual com os seus fantasmas, a mim chegam-me os meus. Eu sou stressada com os exames, lá está sempre fui, corra pelo melhor ou pior, nunca me satisfaço com pouco e com muito só momentaneamente, mas vou amadurecendo e, especialmente, nesta fase da minha vida penso que os exames no seu cômputo global só tem uma função que é a de me permitir avaliar até que ponto estou a evoluir e de que forma posso mudar para poder evoluir mais. Os exames (o conhecimento que deles advém) não é um meio em si para provar o quão excelente aluna sou, ou seja, "ai tirei 99% no exame que feliz que estou". É antes um meio para atingir um fim, que no meu caso, será o domínio da língua de modo a usá-la e tirar partido dela.
Não importa o conhecimento que adquiras se, ao fim e ao cabo, nunca descubras como pôr esse conhecimento em uso. Por isso, os exames são a forma que tenho para me aperceber o que tenho de melhorar, e não para provar que sou mais ou menos capaz, porque cada meio deve ter um fim em vista, e não existir por si isolado de contexto. O meu objectivo é em 2 anos saber falar chinês de maneira fluente e poder usar a língua como instrumento de trabalho. Para outros, certamente, será pelo prazer de estudar e de superarem provas, o que só prova que a forma como cada um usa o conhecimento difere de pessoa para pessoa. Mal seria se assim não fosse, era mesmo uma seca se fossemos todos iguais uns aos outros.
PS. vou masé estudar que amanhã há exame...o Último até daqui a um mês e meio
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