Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Andamos na onda. Na onda do que é moda. Moda é estudar chinês. Cada vez mais é moda. Até há uns anos haviam vagas e ficavam por preencher por falta de candidatos. Agora há candidatos e menos ondas.
Mas muitos de nós ainda andamos na onda. Na onda que ainda fomos a tempo de apanhar. E pensávamos nós que seria uma bela surfadela. Primeiro aprendíamos como nos colocar em cima dela, depois ganhávamos equilibrio e a partir daí já ninguém nos parava. Esqueceram-se foi de avisar que o mar às vezes é manhoso, tem umas correntes tramadas e não se deixa dominar fácil fácil. Assim é o mandarim. Quando pensamos que estamos a ganhar equilibrio tudo se complica mais um bocadinho. E tal como no surf (do qual não percebo absolutamente nada) é preciso ter resiliência para quando levares com uma onda nas trombas e ficares atarantado, agarrares no medo, metê-lo no bolso e voltar mais uma vez com mais coragem, com mais veemência, com mais espírito de vencedor.
Assim o é com o mandarim. Levas uns safanões, apanhas umas quantas (milhões) de desilusões, vês que a tua evolução é tipo de 0,0001, decepcionaste, tás ali quase como que a desistir, mas depois lembraste do prazer que é quando afinal te dás conta que nada nem ninguém é invencível. Nem que para o comum dos mortais seja chinês.
À hora do almoço falava-se de um queixume que vem invariavelmente à baila. Após alguns semestres cadê o domínio da língua? Perdeu-se aí por alguma esquina. A verdade é que um amargo de boca saber que ao final de 2 anos não se fala chinês como se suponha. Não quando não se dá o litro a estudar pelo menos 3/4 horas por dia fora aulas e tpcs. Não quando a exposição à língua não é constante e forçada. Não quando tens amarras na língua e os locais te desincentivam a perder a vergonha.
Motivação. Objectivo final. Meta. Consciência de que não há milagres, mas antes um processo longo e demorado. Muita dedicação e perseverança. Muito gostar não chega, não chega ir às aulas religiosamente, não chega ser bom aluno, não chega ter 90tas% nos exames, não chega querer. Há que obrigar, sofrer e penar. Não vai lá por gosto, não vai lá com suavidade, só vai a mal. Gostar não chega, falta a motivação e o peso da obrigação que custa mas que não há volta a dar-lhe. Como a sopa que não gostávamos mas que tinhamos de comer senão não saímos da mesa sem um valente par de estalos.
{why learning chinese is hard}
"I can’t agree with anyone who says that learning Chinese isn’t hard, because it’s got to be one of the hardest things I’ve ever done. In essence, it’s “hard” because it’s frustrating. Actual performance does not live up to one’s reasonable expectations for one’s performance, and this is a blow to one’s ego. It’s emotional, not rational. It takes a lot of effort to acquire an entirely new skill. Many people simply get discouraged and quit. “It’s too hard.”
John Pasden, linguist in sinosplice
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.