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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Aos meus poucos e assíduos leitores peço verdadeiras desculpas pela minha incapacidade de actualizar este blog com relativa frequência, a verdade é que, e sempre fui assim, só consigo escrever quando me encontro sozinha e à vontade para tal, a escrita é uma conversa connosco próprios e sempre que tento escrever na companhia de outros sinto-me vulnerável, nua quase, mesmo que os outros não estejam nem aí para o que estou a fazer, mas o bloqueio está em mim e impede-me de escrever mesmo que banalidades.
Por isso, voltarei a fundo muito provavelmente lá para Março que é quando voltarei a "casa" e ao trabalho.
Devem estar a perguntar-se como é que eu tenho tantas férias de uma só vez, bom a resposta é simples, as Universidades chinesas dão umas longas férias aos seus alunos entre um semestre e o outro.
De Paris posso dizer que tem sido agradável a estadia, é uma cidade imponente com preços também eles imponentes, diz um estudo que é a cidade mais cara da Europa e assim parece ainda que eu sou uma privilegiada por estar em casa de familiares, ainda que não a minha casa.
Paris é sempre um bom sitio para se voltar, ainda que na Primavera tenha um encanto especial. E como eu ainda tenho uma semana por minha conta vou, apesar do frio e da chuva/neve, tentar aproveitar ao máximo, ainda que na minha companhia, do que ela tem de melhor.
Hoje foi dia de visitar a casa de Victor Hugo e de apreciar a maravilhosa vista do seu apartamento, cuja decoração parecia inspirada num autêntico quadro pintado a óleo. Uma verdadeira maravilha aos olhos e sentidos, sentia-se a aura dele a pairar naquelas salas meticulosamente forradas de arte interior da época.
Já li uma adaptação* dos Miseráveis, e do que li adorei, é uma história para lá de magnifica, esta visita aguçou-me a curiosidade e a vontade de ler mais dele, e de descobrir mais sobre Victor Hugo.
*Li os Miseráveis de cento e tal páginas tendo descoberto no fim que aquilo era o original em versão resumida sendo que o original tem mil e tal páginas. Primeira vez que me acontece ler uma versão resumida de um livro e quando descobri senti-me tal e qual como se tivesse acabado de profanar uma obra prima.
Já se acabou o bem-bom em casa, foram 3 semanas muito boas, aliás não há nada tão bom quanto voltar a casa, às origens, ao país que amamos, para perto das pessoas que adoramos e com quem todos os momentos são poucos para matar as saudades.
Apesar da chuva e de algum frio, Portugal continua o meu sítio favorito no mundo, a comida, as pessoas, o tempo, a língua familiar, a cultura, enfim, tudo aquilo que conhecemos desde sempre, desde que me conheço por gente. E, por isso, fico sempre triste e com um sentimento de perda sempre que tenho de embarcar para qualquer outra parte do mundo, desta vez o choque até foi minimizado porque vim visitar a família a Paris. E de mimos tou confortada com todos os beijinhos e carinhos que continuamente levei desde ontem da parte dos meus lindos sobrinhos bebés.
Agora é aproveitar esta segunda parte das férias em Paris, rodeada da família e tentar tirar o melhor proveito de uma cidade que não me sendo familiar é uma cidade que gosto, ainda que a veja somente do ponto de vista turístico. Já é o quanto baste.
Agora e para acabar o jejum bloguista, porque Portugal foi tempo para descansar dos vícios tecnológicos e tempo de ler, vou vindo cá contar que tal de Paris, que tal da estadia.
Eu que vivo no fim do mundo, lá pelas china recôndita e não civilizada admito que as saudades daquele sítio são nulas e desejo que o tempo, até ter de voltar (Março), passe muito devagarinho, a passos de caracol.
Saudades de escrever, mas as ausências devolvem-me a serenidade necessária para escrever mais sensatamente.
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