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Comunicado

por mandarina, em 21.01.13

Acho que nunca gostei tanto de tar de férias como agora, voltar às origens e pensar que pertencendo aqui não pertenço verdadeiramente a lado nenhum e nem quero pensar no que isso significa.

 

Este blog está uma seca, talvez sempre o tenha sido, mas agora que não tenho iras irracionais contra o meu ódio de estimação: a China e os chineses (nem todos vá) ainda ficou mais seca e pior que isso, egocêntrico de vómito. E para mais não me envergonhar de não escrever nada de jeito vou-vos fazer o favor de não escrever até que me volte a inspiração.

 

p.s.: isto tudo para dizer, tou de férias, é hora de ler e não de escrever.

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Dias negros

por mandarina, em 19.01.13

Dias, semanas, anos negros me esperam agora que o meu avô, do alto dos seus 80 e qualquer coisa anos, se saiu com esta "se ela [eu] fosse bonita já estava era casada" e eu fiquei "ah, agora é que ele me descobriu". Quase que tava para lhe dizer que se só as bonitas se casassem..." mas daí vai não disse, lá sorri, agradeci tamanha sapiência e voltei a pensar que a perspectiva dos meus familiares quanto ao meu estado civil me diz tanto como Lance Armstrong ter-se dopado na volta a França, ou seja mais ao lado e arredores. 

 

E o post anterior era em tom satírico, que me caiga um no colo mas se não for daquelas artes então fica logo tudo estragado. LoL...

Eu até por um varredor de ruas me cedia, mas as ruas na China são muito sujas e as de Portugal não querem nada comigo. 

Consternada estou por pensar que até ontem tinha cara de 16, hoje, mulher séria e responsável (coffff) já só me dão pralá dos 30, casada e com filhos. Ui que chatice pah, só por causa das coisas até fui ontem cortar o cabelo, isso e porque estava espigado, mas e agora quem dá menos???

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Crise dos 25 e meio

por mandarina, em 17.01.13

Nem me vou alongar, as férias estão a saber bem demais e a fazer-me milagres para me preocupar agora com crises existencialistas. Mas ainda assim este assunto dá tema de post.

Eu sei que de lá de onde venho, é mil vezes pior que viver na serra mais serrana, que pelo menos aí teria ar puro, alimentos frescos e água cristalina, e isso seria bom, mas de lá de onde eu venho é motivo de notícia pelas piores razões, uma poluição tal que fez parar milhares de pessoas ao hospital tal a gravidade da poluição e parece que visibilidade era quase 0 tal a vaga de poluição. Digamos que volto em Março e não podia estar mais feliz da vida por esse facto. Volto e por pouco tempo.

 

Mas adiante, a tal da crise, que como não me tenho olhado insistentemente ao espelho me tinha até ao outro dia passado completamente ao lado, não fosse o senhor super mega hiper simpático do banco me perguntar, de jeito retórico, "mas você já tem bem mais de 27 não?" e eu abri bem os olhinhos, na boca um sorriso meio a cair para a desilusão e espanto e disse logo não, 25 ainda senhor. Ai a minha vida.

 

Hoje no médico, doutor dado a conversa e super simpático também, a China dá sempre tópico de assunto quer seja num consultório médico quer seja na bomba de gasolina mais próxima. E qual não é o meu espanto, primeiro quando me toma por arquitecta, muito obrigada, é que nem aspirante, e depois no final ainda me diz então se já cá não estiver pode pedir à sua mãe, pai ou marido para vir mostrar os exames. Pára tudo, mas será que eu tou com um ar tellement decadente prá tais suposições. Brrrrrrrrr fiquei mesmo.

 

O que eles queriam dizer era com 28 perdida pelas Chinas conhecerá um belo dum arquiteto português, tudo aponta para que seja arquitecto toda a gente se refere a essas artes quando se referem a gente bem sucedida por terras de Oriente, e claro que ele se irá apaixonar pelas minhas espectaculares olheiras e daí a parte do marido.

Ou então não, que o destino nunca me reserva do melhor, é mais ao lado.

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Vazio na multidão

por mandarina, em 12.01.13

A primeira paragem desta sempre interminável viagem é Shanghai, aqui a miss tive a belíssima ideia de tirar um bilhete (barato) mas que me deu direito a uma paragem algo demorada para quem tem é pressa de ir para casa e não ver as larocas carinhas chinesas tão depressa. E então, também porque não estou predisposta a grandes passeios, tá frio e eu já tou cansada com a habitual correria matinal. Além disso, não me apetece ir a sítios cheios de gente e esbarrar em pelo menos 2500 pessoas.

Mas como é que este país tem tanta gente. Esta gente só sabe mesmo é **d**!

 

Mas de volta a Shanghai, já almocei num dos meus restaurantes favoritos por isso a viagem não foi nada perdida, e antes disso tive a tentar encontrar alguma paz interior dentro do primeiro sítio que verdadeiramente me apeteceu entrar na China, uma igreja cristã. Mas a missa, à que assisti durante pelo menos uma hora, e como era em chinês não me permitiu atingir o nirvana. LoL Mas estava-se lá tão bem que nem vi o tempo passar e confesso que não me importava nada de lá ficar até à hora de ir embora, mas o estômago, o estúpido, pôs-se a roncar e lá tive de abandonar a minha anual ida à missa.

 

Deambular por estas ruas tão conhecidas, eu era daquelas que passei ao lado de todas as merdas interessantes, tipo exposições, museus, galerias de arte, openings, etc no pouco tempo que aqui estive, mas bati estas ruas de lés a lés, pelo menos as do centro. Soa tudo a tão familiar como se aqui tivesse vivido 10 anos e no entanto foram só 6 meses, é caso para dizer que foram uns 6 meses bem intensos.

No entanto, e apesar de Shanghai ser uma grande cidade bem desenvolvida e interessante, o sentimento que lhe tenho é de um imenso vazio. Esvaziou-se-me o interesse por Shanghai, acho que ficou lá atrás com os amigos que já partiram daqui, acho que se esvaziou tal como o coração, agora só sinto um grande imenso vazio sempre que aqui venho e dantes era tão diferente.

 

Não resta ninguém, 0, os amigos partiram, os conhecidos tornaram-se quase desconhecidos, as ruas perderam a piada, a gente é toda anónima. Não sinto nada, só um vazio como se me tivessem deixado um imenso buraco bem no centro do coração.

E como eu gostava de ter sido diferente, mas há coisas que não conseguimos controlar, e o sentir é mesmo um deles.

 

Agora que sinto isto tudo e desta maneira, só consigo dar razão àquele ditado "há males que vem por bem". Agora acredito que sim, Changsha é um mal necessário, porque aqui neste vazio é que eu não conseguiria viver.

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Por fim férias

por mandarina, em 11.01.13

Finalmente férias, bom digamos que já tive férias tipo no Natal e na Passagem de Ano, mas férias confinada à China não são férias a sério. Férias começaram agora, depois de uma semana muito longa de exames intermináveis, de longos horas a passar frio nas salas de aula, a ouvir os meus alunos num verdadeiro massacre ao português. Já passou, já não conta.

 

Hoje foi o dia das despedidas, e das mini-puxadelas de orelhas, de sorrisos contagiantes e de algumas carinhas tristes e desanimadas com as notas dos exames. Mas bom tudo faz parte, o mundo só será perfeito no dia de São nunca à tarde. Eu também não sou perfeita, há tanta coisa a melhorar, mas tanta. Mas isso fica para depois.

 

Agora mereço férias daquelas das boas, umas longas e prolongadasférias, é tempo para recarregar energias para o próximo semestre que se adivinha um desafio para mim e para aquelas pestinhas adoráveis que são os meus alunos. E já todos sabemos que férias não são férias sem 1. boa comida (portuguesa claro) 2. família chatinha mas adorável 3. os melhores amigos que há no mundo e arredores 4. a nossa casa (caminha e lareira) 5. o nosso país.

 

Até já Portugal

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Haveria tanta coisa

por mandarina, em 10.01.13

...para dizer não fosse eu ter que fazer a mala, constatando que cada vez tenho menos skills nessa arte fastidiosa (opa sei lá eu o que me vai apetecer usar no próximo mês e meio de férias?) e constatei também que a minha roupa não sobreviverá por muito tempo às excelentíssimas cabras das máquinas chinas, aquilo não são máquinas são demónios centrifugadores. Adiante, ia então eu a dizer que haveria muito para dizer, daquelas coisas que interessam a praí 3 pessoas e meia mas depois pensei que devia guardar as energias para:

 

1. Fazer a mala (tentando não me esquecer de nada top importante)

 

2. Acabar e arrumar de vez o assunto "avaliações". Hoje quase que chorava de alívio por ter terminado as orais. Há que aprender com os erros e para a próxima não me prestar a exames que durem 3 semanas a acabar.

 

3. Descobrir onde deixar a mala big em Shanghai para ir aproveitar o dia e vadiar um pouco por Shanghai, e estar com uma "resistente" que já não vejo desde o fim do nosso Inov.

 

4. Tentar ser prática e funcional, nestes dias pré-viagem não faço nada de jeito, não durmo nada de jeito, não ando nada de jeito.

 

5. Não esquecer de comprar tampões para os ouvidos para não passar a viagem para o Dubai a ouvir chineses a ressonar a todo o vapor e comprar cadeados, não vá o diabo tecê-las.

 

6. Tentar relaxar e não beber café (já bebi), nem chá (também), nem coca-cola (já foi também) para ver se durmo e não chego num frangalho ao destino...que é como vou chegar. Que se lixe, desde que chegue!!!

 

O que eu odeio estas viagens, o processo, o ir abomino, mas o chegar vale tudinho over and over again :)

 

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Sabes que vives na China

por mandarina, em 09.01.13

Quando se vê o Sol, ainda que não claramente, e toda a gente comenta isso como se fosse um grande acontecimento. Pudera, eu conto pelos dedos das mãos as vezes que vi nitidamente o céu azul  nesta cidade.

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Antevisão

por mandarina, em 07.01.13

Então e porque as férias estão aqui a bater à porta imagino já o que vão ser estas férias. Tudo começa com eu a sair do avião e deparar-me com o Sol que brilha da forma mais linda que pode haver no mundo, que me deixará com aquela sensação "finalmente cheguei a casa", não há lugar no mundo onde o Sol brilhe como em Portugal, ou pelo menos eu ainda não conheço esse lugar. Isso e experienciar aquela breve sensação ofuscante por não estar acostumada àquela luminosidade de Lisboa é uma sensação indescritivelmente boa.

 

Bom depois imagino-me a chegar a casa, e ver a minha avó com a lagrimita no olho de felicidade, e logo me vai dizer que "estás magra e mal encarada também", para ela eu estou sempre ou gorda ou magra, nunca no ponto. Mal encarada nisso concordo, também depois de uma viagem tão comprida e de estar aqui enfiada há meses neste país é normal que esteja mesmo muito mal encarada. Logo ganho outra vida, com comida decente, água decente, atmosfera despoluída, descanso e noites bem dormidas.

 

Chega o tempo para matar saudades de tudo o quanto gosto, da família, da minha casinha, da comida, do tempo, dos amigos. E vai daí terei tempo para ler, para dormir tudo quanto possa, para escrever, para estar à lareira, para estar a apanhar um solinho bom, para cozinhar, para passear e ver o mar, para ouvir música e ir ao cinema, para grandes jantaradas com os amigos, para as visitas aos lugares e pessoas que levo sempre no coração.

 

Na verdade, ainda continuo por cá mas o pensamento esse já só está lá. Só damos verdadeiro valor ao que temos e ao que deixámos para trás quando as saudades falam mais alto que tudo o resto. E as minhas já não falam, já só gritam.

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Cinema e vida

por mandarina, em 06.01.13

Este blog anda tão down quanto a dona, é a tensão pré-férias, daqui a uma semana e qualquer coisa já tou feliz da vida, de férias portanto.

Mas até lá, e porque não quero nem parecer triste, nem deprimida, nem enervada, nem nada de mau, que não estou aviso já, estou é muito cansada e com imensa vontade de sair daqui e não ver chinos à frente pelos (quase) próximos 2 meses :)

 

Mas ia então a dizer que para desanuviar ocupo o meu tempo a ver filmes e tenho visto cada um, melhor que o outro, não me falar de todos, mas sei que gostei muito de Detachment ainda que seja um filme bem pesado e sombrio, mas que passa uma óptima mensagem, a bem dizer várias, mas principalmente é uma chamada de atenção ao alheamento cada vez mais evidente das pessoas, andamos a fazer ocos, de valores, de moral, de virtudes e isso acaba por gerar uma nova geração ainda mais disfuncional fruto de famílias cada vez mais desequilibradas e podres mesmo. Gostei mesmo muito.

 

Mas para não tar a dar uma de crítica de cinema, não me revejo no papel, fica só mais estes dois apontamentos.

Vi Carnage, de Roman Polanski e acho que está quase genial, os actores também ajudam, e ficou-me a frase dum dos homens do filme, "as mulheres pensam demais".

Depois vi Les bien aimées em francês e tudo, e fiquei com a sensação que as mulheres são bem mais fáceis que os homens, as mulheres amam, os homens complicam, e vai daí concluí, as mulheres pensam demais porque os homens complicam demasiado, o que leva as mulheres a sobreavaliar tudo e mais alguma coisa. Ou então não, esta teoria vale tanto como 2 feijões furados.

 

Tá na hora da minha mais que merecida siesta, olé!

 

P.S.: em 2 destes 3 filmes 2 personagens suicidam-se, e eu até consigo identificar as razões para que as pessoas o façam, a sensação de perda total e o sentir-se totalmente vazio e oco por dentro, mas continuo a não perceber de onde vem a coragem para cometer tal acto. Pode parecer contraditório, mas encaro o suicídio como uma das maiores provas de cobardia e de egoísmo também.

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De 2012, still

por mandarina, em 05.01.13

De 2012, já aqui o disse que foi um ano morno, mas tal como em todos os anos anteriores, desde que vim parar a este continente, sinto que foi um ano de amadurecimento e pequenas grandes descobertas.

 

Descobri que a China não é um país para se viver a longo prazo, e que por mais que aqui haja oportunidades de trabalho eu não recomendo a China a ninguém, este país fez-me amadurecer a ferro e fogo, (obrigada China) mas agora que sinto que já lutei tudo e que a luta constante não me leva a lado nenhum tá na hora de sair, dê por onde der.

 

Descobri que ensinar Português, ter um emprego em que possa ter contacto com pessoas de carne e osso em vez de tar 8 horas atrás de uma secretária a enviar mails e a tratar de papelada é coisa para me fazer levantar da cama pela manhã bem cedo com apetite e vontade de ir trabalhar, tipo em 90% do tempo.

 

Conheci o sr. embaixador de Portugal em Pequem e felizmente ficámos só por aí, não obstante, o senhor ser super simpático e tudo, não fui a sorteada para herdar um trabalho mais seca que fazer tricô. E ainda me fez bem ao ego, mas o meu ego não é para cá chamado de todo.

 

Conheci um pouquinho de Singapura e Malásia, e tenho a dizer que a primeira é uma boa para ter putos e viver sossegadamente, mas que é uma seca de cidade de tanto "não podes isto, nem aquilo" e tão pequena que chega a ser claustrofóbica, é claro que entre lá e cá, lá claro. Da Malásia, o país com mais palmeiras por m² que jamais vi, achei um piadão, Kuala Lumpur um pouco caótica de mais, entre chineses, muçulmanos e malaios também já era confusão de gentes a mais, mas era bem giro o país. O Sudeste Asiático é super lindo e interessante, a explorar caso tivesse mais dinheiro para isso.

 

Em 2012 descobri que tipo de namorada não gostaria de ser caso tivesse um namorado tão fantástico quanto fulana tal, mas também descobri que o problema não é meu, e principalmente que eu não tenho perfil para ser fonte de problemas para nenhum casal de namorados sejam eles quem forem. As pessoas não saberem estar já é suficientemente mau, agora eu não saber onde é o meu lugar, pior ainda.

 

Em 2012 fiz uma amiga muito especial, bem sabemos a dificuldade de fazer verdadeiros amigos a esta altura da vida, daqueles para vida então mais ainda, descobri que continuo igual a mim mesma, que gosto e aceito-me tal e qual sou, com os meus issues todos, e que provavelmente pouco modificarei do muito que sou hoje. Além de tudo, redescobri que a solidão que me caracteriza não é um defeito, é um traço da minha personalidade e que quanto a isso pretendo fazer pouco.

 

Em 2012 olhei o mundo com outros olhos, acredito que tudo pode mudar a todo o momento e confio mais em mim, na força que tenho e que juro não saber de que fonte brota, esta que me torna uma pessoa mais dura, mas também mais forte e especialmente mais destemida.

 

Em 2012 descobri que em 2013 quero perder-me outra vez no mundo, ir à aventura, livre, leve e solta, tal como eu me vejo e, mais importante que isso, como eu adoro sentir-me :)

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