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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Uma pessoa não se dá conta do cansaço que leva no corpo enquanto não pára, não pára para sentir o quão cansada se está.
Só hoje me dou conta do cansaço que levava neste corpo. Um cansaço que me tem deixado numa espécie de transe.
Este cansaço a par com um período conturbado de indefinição constante, de pontos de interrogação que colocam uma vida em suspenso, de espera interior, do desejo de conciliar o que o coração pede e a razão exige, de tornar o difícil em algo mais fácil e certeiro, e do inadiável medo, que está à espreita, medo de (voltar) errar, de trocar os pés pelas mãos e emaranhar-me ainda mais, não num beco sem saída, mas o mal de tudo primeiramente, é simplesmente não saber o que quero, isso não me apavora, mas angustia-me e cansa-me submedida.
Melhores dias virão, e o nevoeiro que hoje é cerrado acabará por dissipar-se mais dia menos dia...
It's too late to change your mind
You let loss, be your guide...Too late, it's too late baby
To go change and your mind now, too lateIt's too late to change your mind
Que há entre estar solteira e estar disponível. São coisas diferentes ainda que, para muita boa gente queira dizer exactamente o mesmo.
É que estar solteira não implica necessariamente estar disponível. Pelo menos não para quem não se quer estar. Ou quando não se quer estar.
Simples assim, não?
No meu horóscopo hoje:
Pare e examine o caminho por onde vai a sua vida. Será que os objectivos estabelecidos há anos ainda fazem sentido perante o ser que é hoje?
(realmente, será que fazem?)
Assumo-me ao comandos da minha vida, mas como sempre fui uma rapariga com um sentido de orientação a cair para o fraquíssimo digamos que este navio anda um pouco à deriva, e a mulher do leme não sabe se vire a este, oeste, norte ou sul.
Mas, e como não posso passar o leme a mais ninguém, tenho de assumir os comandos deste navio à deriva, pés no chão, cabeça erguida, olhos bem abertos, e muita mas muita coragem e sentido de aventura.
Haveremos de chegar a bom porto, seja lá o que isso significará, por enquanto, pára-se, pensa-se e pondera-se, depois a mulher do leme vai navegar em águas nunca antes navegadas, com perigos múltiplos mas repletas de aventuras inesquecíveis e tesouros únicos. É só preciso encontrar as coordenadas certas, e claro, contar com bons ventos, serão eles que ditarão a chegada a bom porto.
Setembro vai ser uma rentrée em cheio, pelo menos em termos de música, com os Green Day a lançarem um novo álbum de originais, (o single é morno) e a seguir-lhes o exemplo a magnífica banda Muse e a agora mamã Pink, mas nem por isso mais diferente do seu estilo. Este Blow me está qualquer coisa. Já não era sem tempo, já estranhava estes senhores e grande senhora dona de um vozeirão e estilo inconfundível.
Aguardemos então Setembro que na esfera musical bem promete!
Agora e porque estamos a uns dias dos Jogos Olímpicos de Londres fica aqui o vídeo promocional que está soberbo e ainda para mais muito bem acompanhado por este single do novo álbum dos Muse.
Vejam e oiçam, é meritório desses olhos e ouvidos bem abertos!
Posto isto só me resta desejar: Let the Olympics begin!
Estou em pleno jetprice (algo como descompensação preçária), é que 10 meses depois perdi a noção do valor do euro, e do quão cara é a Europa, e neste caso Portugal. Tudo caríssimo e eu fico a olhar para os preços assim com cara de parva a pensar, ai não posso comprar isto, com este dinheiro comprava o dobro das coisas na China. E depois penso, mas as pessoas aqui, em Portugal entenda-se, ganham o suficiente sequer para se alimentarem? É que já nem falo de necessidades básicas de higiene, gel de duche, champô, pasta de dentes, etc... É tudo ofensivamente caro. Isso ou eu perdi mesmo a noção por ter vivido na China demasiado tempo seguido, onde bens essenciais estão a preços acessíveis.
E combustível? credo, que horror de caro, parece que vamos comprar ouro a cada vez que se abastece o carro.
E transportes públicos não são excepção, é que, sempre nas comparações, com o mesmo montante atravessava a China de lés a lés, e aqui percorro uns míseros 200 Kms.
Eu sei, eu sei, eu não tenho noção também porque não trabalho neste país, logo não recebo, mas eu pergunto-me que raio de ordenados têm os portugueses para conseguir fazer face a estes preços dos diabos? A meu ver, devem ser bem altos, isso ou há muita acrobacia mensal por parte de milhares de famílias deste país com preços exorbitantes.
Mas bom eu venho da China, mal habituada com bens essenciais a preços razoáveis. O que supostamente é normal, não?
De volta às leituras, e à biografia de Gabrielle Chanel.
"Eu sou contra a moda que não dura; eu não posso aceitar que se deite roupa ao lixo só porque é Primavera. Eu amo as roupas, porque, tal como os livros, eu posso senti-las, tocar-lhes. As mulheres querem mudar; estão erradas. Eu sou pela felicidade, e a felicidade consiste na não-mudança", Chanel
{tradução minha do original em inglês}
Esta semana foi imensamente noticiado o abrandamento do crescimento económico chinês, que é algo que assusta um mundo que está fortemente dependente desta enorme economia, a segunda maior a nível mundial, e visto que a americana não está de muito boa saúde, uma China a mãos com uma crise económica significaria uma recessão sem precedentes a nível mundial.
Se, por um lado, peritos económicos dizem que, apesar das quebras nas exportações chinesas para a Europa e América, e a desaceleração do investimento estrangeiro no mercado chinês compromete de maneira irreversível esta economia, a solução, defendem os especialistas, passa pelo aumento do consumo a nível interno. Os consumidores chineses com um poder de compra cada vez maior, a par de um acréscimo sentimento nacionalista serão os maiores agentes na resolução deste impasse económico da sua própria economia.
A certeza da procura do mercado interno é uma aposta forte do governo chinês que vê agora os seus consumidores como os principais agentes na sustentação do seu modelo económico e consequente crescimento económico. Mas será o mercado interno suficientemente grande para absorver a maciça produção nacional? Eu diria que é, mas talvez não seja. Só o tempo o dirá. Se o presente não assusta ainda este mercado gigante, os maiores desafios sentir-se-ão a longo prazo com as multinacionais, principalmente as americanas, a repensarem a sua posição e continuidade num mercado que não garante uma continuidade lucrativa destas empresas em solo chinês.
Este artigo da Forbes explica a conjectura.
Sucintamente refere que as multinacionais que, em massa investiram na China no passado, e que, a nível geral, estão satisfeitas com os resultados alcançados até ao presente momento, vêem o seu futuro ameaçado e, por isso, ponderam mesmo mover-se da China para outros lociais que lhes ofereçam aquilo que a China não está disposta a dar-lhes: facilidade de acesso ao mercado; protecção a nível da propriedade intelectual e leis que protejam as empresas contra uma concorrência chinesa feroz que se adivinha tudo menos suave nos próximos anos; entre outros.
Será que estamos prestes a ver uma China colapsar antes mesmo de surpassar a economia americana? Se assim for, o mundo económico estará comprometido e significará o agravamento de uma crise que está já a deixar a Europa de rastos, e o contágio a uma escala mundial será, portanto, inevitável.
Esperemos que o Reino do Meio se aguente e surpreenda com uma reviravolta que só eles têm a capacidade de encabeçar.
O artigo na íntegra aqui.
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