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Cinema em grande

por mandarina, em 30.04.12

Este excelente filme, A última Estação de Michael Hoffman, que vi ontem e me emocionou (também não é preciso muito para isso) basea-se na vida de Tolstói, marido e escritor, ensina-nos que há pouca coisa no mundo mais forte do que um verdadeiro amor, indestrutível na base, inabalável perante a diferença de ideais, só impotente perante a morte. Nunca li Liev Tolstói e não sei nada além de que foi considerado um dos maiores mestres da literatura russa do século XIX, um ser iluminado segundo os seus seguidores, e responsável pela defesa de valores pacifistas.

Mas porque para disfrutar deste filme não é preciso saber mais do que o essencial uma vez que este filme foca-se nos últimos anos da sua vida como um homem que procurava lutar pelos seus ideais, mesmo que isso significasse lutar até contra o amor da sua vida, a sua esposa Sophia. Ao fim e ao cabo, é a história do homem que inspira todos à sua volta com a sua visão utópica por um mundo melhor e na vivência de um amor sobre-humano, que se vê preso nas redes dele o que o consumiria e o levaria a temer pela realização dos seus ideais, sendo mesmo obrigado a abandonar a sua vida, casa e família em busca da vida simples que tanto apregoava como a única ideal em vida.

O filme está muito bem conseguido, Christopher Plummer, o actor que dá vida a Tolstói consegue transmitir genialmente os demónios interiores de Tolstói e Helen Mirren no papel de Sophia está soberba.

Além disso, o filme é um elogio ao amor incondicional entre Tolstói e Sophia que, apesar de todas as tempestades que enfrenta, sendo a maior o choque de ideais não partilhados, é o único que mesmo, sem sentido racional e lógica, só se vê derrotado pela morte.

 

Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.
Liev Tolstói

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dias de chuva

por mandarina, em 30.04.12

Não deve haver melhor que dias de chuva combinados com uma bela dose de dolce faire niente. Dormir até tarde, preguiçar na cama, não olhar a horas, deixarmo-nos ficar quietos a ouvir o tilintar das gotas a bater nas superfícies metálicas, tomar um pequeno-almoço tardio, ouvir música indie a condizer com o dia cinzentão e melancólico, a ponderar passar o dia a ler em português e acabar a tarde, já noite a ver mais um filme dos bons e a desejar que todos os dias de chuva fossem tão bons quanto aqueles em que nos é permitido aproveitar a chuva com o olhar que perpassa a janela e nos faz sentir bem no nosso habitat protegido do vento, da chuva, da confusão e das poças de água.

 

 

Dias assim de chuva até trovoada adoro.

Melhor ainda ao som disto.

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enfim descanso

por mandarina, em 29.04.12

A dona desta mandarina está de férias, hoje, amanhã e terça pelo que não prometo andar muito por aqui.

Estes dias de descanso, modéstia à parte, mais que merecidos, vão ser passados a fazer nadinha de nada.

Até quando me apetecer. Kiss kiss

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caminho inverso

por mandarina, em 27.04.12

Hoje a ler toda a excitação dos novos inovs (os C16) relativa à sua vinda para a China não pude deixar de sentir um grande distanciamento desse momento, parece que esses 6 meses que passei aqui aconteceram há dois mil anos atrás. E pergunto-me hoje aqui na minha vida de estudante se faria o caminho inverso para voltar a ter tudo aquilo de novo? com aquilo refiro-me ao bom salário, às festas, aos excessos, à vida de bon vivant, à cidade, às pessoas, às nights, à suposta liberdade, ao ócio. Hoje sei que não faria o sentido inverso, até porque hoje sei que escolhi o caminho certo, agora entendo o porquê de a minha vida me ter trazido aqui, um dia quando estiver a olhar para a big picture, aí ainda fará mais sentido do que hoje. Não trocaria a minha vida de hoje por aquela ilusão daqueles 6 meses até porque um dia a gente acorda, e vê que a vida não é só festa, não é só o encanto pelo novo, não é só querer gastar todos os cartuchos duma só vez, é antes saber saborear a experiência, a maturidade e a sabedoria que a vida nos concede e, partindo deles, saber que futuro queremos perfilhar para nós.

 

Mas compreendo a excitação, está claro, compreendo mas já não me revejo minimamente nela, e ainda bem, é sinal que avancei com a minha vida no sentido certo.

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semi-desilusões

por mandarina, em 27.04.12

Não há nada que nos desiluda tanto como as pessoas, que até que podemos desiludir-nos com o tempo, com os programas de televisão, com a comida, com a sorte, com o trabalho, com N coisas, mas isso tudo faz parte e vá sabemos que não podemos contar muito com as coisas físicas (objectos e afins) que um dia falham, tá claro. Agora as pessoas é uma tristeza, ou então sou eu. Talvez qualquer dia suceda em mim que uma desilusão com o estado do tempo se assemelhe a uma desilusão com uma pessoa a quem quero bem.

 

Digo isto porque acho que tenho vindo a somar desilusões atrás de desilusões com as pessoas a quem só quero bem e que gostava que não faltassem à palavra e mantivessem contacto porque lá está, a distância física é uma coisa chata mas a distância psicológica é bem pior.

 

Será que sou só eu. Eu não deixo de gostar e de me preocupar com as pessoas porque elas não estão à minha beira, ou porque a minha vida é ocupada, ou porque normalmente essa pessoa não mais fará parte da minha vida numa base diária. A amizade é bem maior que isso, é capaz de mover mundos, de encurtar todas as distâncias e reduzi-las a nada. O que não fará o verdadeiro amor, mas nem vou por aí.

 

Juro que não percebo como é que se passa uma borracha na lista de relações de amizade anteriores, substituindo-as com as amizades actuais, aliás bons amigos nunca são demais, até porque amigos a sério contam-se pelas dedos das mãos. Conhecidos é ao pontapé, mas esses não me dizem muito, fico-me pelo olá, tudo bem? agora como se explica que não se respondam a emails de amigos, como se explica o corte total de contacto.

 

Devo ser eu que ando ao contrário do mundo. É uma pena, é coisa para me deixar triste, e a suspirar pelos cantos. As pessoas são mesmo uma bela duma desilusão e o melhor é aprender a viver com isso com mais ligeireza que o actual estado das coisas.

Hoje prometi como prometo sempre aos meus amigos que nutro e amo, "não eu nunca vou deixar de te responder aos emails, aos telefonemas, aos postais", é que honrar como sempre honrei a minha palavra de amiga, é só uma das coisas mais importantes do mundo para mim. Amizade e amor primeiro, o resto são feijões.

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cansaço chegou

por mandarina, em 27.04.12

Não sei se ainda é efeitos pós-exames mas a verdade é que ando cansada, verdadeiramente cansada e este sistema aulas non-stop em que até quando há uns dias sem aulas eles inventam que, à conta disso, há aulas de substituição e nos metem a ter aulas ao fim-de-semana dá-me cabo dos nervos. Ou antes deixa-me os nervos em franja. E isto não seria nada demais se, para além desta obsessão com aulas eles nos dessem tempo entre aulas e exames e/ou uma pausa após.

Mas que belo sistema chinês que nos verga a paciência e a vontade. A rotina voltou a apoderar-se de mim, e estou sinceramente cansada, exausta, com muito pouca vontade de acordar religiosamente todos os dias da semana às 7h e ainda ao sábado de manhã para depois como eles dizem gozar uns miseráveis 3 dias de pausa. A rotina dá mesmo cabo de uma pessoa, mas esta obsessão com aulas, com exames e com merdas do género ainda mais dão cabo de uma pessoa. A rotina é uma seca. E eu só rezo para que estes dois meses que faltam para acabar passem a correr. Não só quero como preciso de férias, e sinto saudades do velho continente como o caraças.

 

Estudar também cansa ou pensam o quê? experimentem vir para a China a ver o que é bom para a tosse e sono já agora.

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exemplo masculino

por mandarina, em 26.04.12

Ontem por coincidência das coincidências dois rapazes, um directamente e outro indirectamente, pediram-me que os recomendassem ao meu boss como meus futuros substitutos no jardim-escola. Isto para quando sair. Fiquei super surpresa e agradada com a ideia de recomendar dois rapazes para o meu lugar como professores de jardim-escola a ensinar inglês e terei todo o prazer de os recomendar e só espero que a ideia seja bem aceite pelo meu boss. Acho o máximo que os rapazes também se interessem por ensinar crianças tão pequenas, um trabalho ocupado maioritariamente  por mulheres. Mas acho que, sinceramente, apesar do instinto maternal das mulheres, os homens levam mais jeito para ensinar e motivar crianças pequenas para o ensino. Verdade seja dita, eles são mais divertidos e, quando tem jeito, gera-se uma química especial entre eles e as crianças, com as mulheres é mesmo mais porque lhes apela ao instinto maternal. A eles apela-lhes a um aspecto que, felizmente, muitos homens não perdem, a capacidade de voltarem a ser crianças e descerem naturalmente ao universo infantil (não querendo com isto dizer que sejam infantis, se bem que alguns eheh). E ainda bem, é o que também lhes dá piada, serem uns eternos putos e preservarem, muito melhor que as mulheres, a crinça que há dentro de si.

 

Espero que o jardim-escola onde trabalho tenha o prilégio de ter pela primeira vez professores homens. Podem contar comigo para isso:)

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espírito crítico, minha gente

por mandarina, em 26.04.12

É que lá onde cresci e onde me educaram sempre houve disso, depois chega-se a terras do Oriente e cadê algo tão fundamental a iluminar as cabecinhas pequeninas desta gente. A educação não deve ser nunca passiva, mas antes activa. Não te deves colar nunca ao pensamento dos outros, deves antes partir dele para chegar mais além, para tu próprio abrires caminho, e não seguir o que já existe. Porque se fossemos ovelhas faríamos todos parte do mesmo rebanho e baixaríamos todos as orelhas perante o nosso pastor, mas não somos, aliás é em não queremos ser que reside a verdadeira magia, a nossa individualidade, o nosso factor distintivo. Porque se fossemos todos iguais este mundo era uma seca.

Por isso, critico, critico e volto a criticar quantas vezes for preciso, este método de ensino em que não nos é dado a escolher, em que se foges um milímetro à resposta do professor ou à maneira que ele quer que tu entendas as coisas e estás, por isso, errado. Pois, mas não, meus amigos, é quase totalmente o oposto, enxergar com os nossos olhos é a maior preciosidade do ser, e a mim não me a tiram nem por nada. Porque lá do sítio onde venho ensinaram-me a duvidar, a pôr em causa, a criticar construtivamente, a olhar e a entender o mundo com o meu cunho pessoal. E não como aqui se ordena ao rebanho, rebanho do qual me orgulho por não fazer parte, porque podem tirar-me tudo menos o meu bendito espírito crítico.

 

Não nasci com personalidade de ovelha, e não é agora que me vão forçar a tê-la.

Espírito crítico, minha gente faz-vos crescer e aparecer. Assim como assim, é o suficiente para não se tornarem iguais a tantos outros milhares.

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estilo latino

por mandarina, em 25.04.12

Hoje descobri uma particularidade do universo amoroso mexicano. O meu colega mexicano que vai não só casar com a namorada chinesa e ter um filho com a moça (está grávida) contou-me que no México por cada homem há 6 mulheres. E como ele diz, também por isso os mexicanos são mujeriegos (mulherengos) porque coitados não tem escolha com tanta mulher a persegui-los. Segundo o colega é mesmo assim que funciona, eles nem sempre querem ser infiéis mas porque as mulheres os perseguem eles caem no erro de pular a cerca e é, segundo o colega claro, perfeitamente normal um mexicano manter uma relação com 2 ou 3 mulheres ao mesmo tempo, mesmo dentro de um casamento. Perguntem se isso não dá problemas, e ele "dar dá, mas as mulheres aceitam" ou seja, é culturalmente aceite no México que um homem mantenha relações extra-matrimoniais porque pronto têm de ser uns para os outros.

 

Aqui diz-se ser ao contrário 1 rapariga para 3 rapazes e o medo e pressão de ficar solteiro, da parte deles, parece ser grande. E depois falta contabilizar as chinesas que saem da competição porque os estrangeiros lhes conquistam o coração...

 

¡Qué bonito!

 

p.s.: com tanta prática até se percebe porque os mexicanos são apelidados de melhores parceiros sexuais do mundo. Faz sentido, não!?

 

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Sonoridades tardias

por mandarina, em 25.04.12
Porque já há muito tempo não partilho música da boa e esta cantora é um excelente exemplo disso aqui vai mais uma excelente música de uma ainda melhor artista ao vivo que em CD, Ingrid Michaelson, que além de ser linda e de cantar espectacularmente bem, é completamente viciante ao ouvido pelo seu estilo único e descontraído. Já para não falar que ela interpreta os melhores covers de todos os tempos, dentro do género, claro!

Se os anjos tivessem voz deviam assemelhar-se a:


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