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TaliCual ♥ I

por mandarina, em 29.02.12

Pra mim a blogosfera é do tamanho do universo, e, às vezes, também, um infindável buraco negro. Dos poucos blogues que aprecio verdadeiramente este é, sem dúvida, um deles.

 

Subscrevo estas suas palavras:

"Desencantamento: É mais ou menos como as pessoas. Há as que ficam para sempre e há as que ficam enquanto nos servimos uns aos outros. Quando um deixa de servir, a coisa acaba."

 

Eu não o poria melhor, sem cinismos, sem fatalismos e, especialmente, sem drama.

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Idiotice do dia #9

por mandarina, em 29.02.12

Cenário: Aluno chega atrasado 10 minutos depois do toque, isto na primeira aula é cenário habitual e compreensível (toque de entrada às 8h em ponto), na segunda aula nem tanto. Vai daí a professora diz ao aluno "不要迟到 (buyao chidao)"  - "não podes chegar atrasado". Ao que o aluno responde "不好意思老师,我迷路*了" (buhaoyisi laoshi, wo milu le)  - "desculpe professora, perdi-me". Perdeu-se, com as coisas, livros mala, já na sala, hum!?

 

Ao que se segue mais uma repreensão da professora, a dizer que não chegue mais vezes atrasado, e ele lá repete, desta vez, num tom de gozo, "我知道老师,我迷路了" (wozhidao laoshi, wo milu le)  - "eu sei professora, perdi-me". Até aqui mini risota. Ao que se segue, a professora, que tinha estado a recolher os tpcs, pergunta-lhe: "你的作业在哪儿?" (ni de zuoye zai naer?)  - "o teu tpc onde está?" ao que o engrançadinho, que teve mesmo graça devo admitir, diz "不好意思老师,我的作业也迷路了" (buhaoyisi laoshi, wode zuoye ye milu le) - "desculpe professora, o meu trabalho de casa também se perdeu". E pronto foi o que bastou para toda a turma largar uma gargalhada contagiante e bem sonora. Até a prof. se riu da parvoíce com piada, mas logo disse, E em inglês "that´s impossible"! Ui ... medo, ela fala inglês WOAHHHH

 

 

迷路 (milu) significa perder o caminho, perder-se por aí na rua.

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Excerto

por mandarina, em 29.02.12

Eu sei que os meus posts giram, invariavelmente, à volta do mesmo, a minha vidinha de estudante. Pois interessante ou não, a minha vida é isto. Aulas, tpcs, intervalos, professores, colegas de turma, caracteres, exames, estudo, e claro, reality check do quotidiano de uma estudante internacional a viver numa China a sério. Podem achar uma seca muito do que escrevo, porque dificilmente se identificarão com os meus posts (a não ser que também estudem na China) e, porque o que faz dum blog um blog apetecível e visitado é isso, a identificação e empatia que o autor do blog suscita nos leitores, então, por aí, amiguinhos, tenho um blog mesmo chatinho. Olhem que vos hei-de dizer a não ser, este é o pão meu de cada dia.

 

E se correm por aqui muitas queixas e posts "tirem-me daqui que é só gente doida" (chineses, mostly) uma coisa é certa, são momentos e reflexões que vale a pena partilhar porque, ao que parece, a julgar pelas notícias nacionais e internacionais, este país está a dois passos de se tornar a maior potência mundial e, não querendo abordar questões culturais à lupa, muito do que escrevo deixa perceber como eles raciocinam, como eles se comportam e agem, qual a postura deles perante os estrangeiros, qual a sua atitude perante o mundo exterior que, para muitos, é somente uma utopia, democracia e liberdade de expressão é fantasia das nossas cabeças; e regra geral, curiosidade e/ou medo pelo desconhecido, e uma bose dose de egocentrismo, por alguma coisa, China, 中国 (zhongguo) significa Reino do Meio.

 

Não tenho a mínima presunção de afirmar por A mais B que é assim e não de outro modo, aliás estes são só os meus pontos de vista, ainda que partilhados com muitos outros como eu, estrangeiros numa terra estranha. Ainda que sejam pontos de vista entre milhões de outros, é a perspectiva pessoal que gosto de partilhar convosco por saber que, a uns dirá muito, aos que tal como eu vivem aqui, e a outros é uma janela a um modo de viver e pensar totalmente diferente do nosso, e que, às vezes, choca por nos parecer errado, mas que para eles só faz sentido ser assim. Lá está, a cultura é um campo tão vasto quão vasta é a nossa incapacidade de entender todas as diferentes maneiras de pensar e agir - daí os choques culturais, que, às vezes, mais parecem verdadeiras descargas eléctricas.

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Desconexo

por mandarina, em 29.02.12

Se são coisas da minha cabeça já deixavam de ser!!!

 

Eu não tenho por hábito sofrer da mania da perseguição, aliás, pessoas com a mania da perseguição irritam-me, é que, por amor à santa, não há paciência para pessoas que estão constantemente a pensar que os outros conspiram contra si. A mim costuma-me muito crer que os outros, por mais invejas, ódios, paixões, admiração que nutram por alguém, passem a vida a conspirar e a lançar macumbas a presumíveis individuos-alvo. Acredito muito mais facilmente no karma do que em teorias de conspiração.

 

Mas teorias à parte, se são coisas da minha cabeça, então, confesso-vos que ando a bater mal, muito mal aliás. Senão são, já chega, já farta, já me cansa, e já desapareciam de vez da minha frente...assim como num passo de magia.

 

Um dia está lá, no outro puff, desapareceu! Pode ser, ou tá difícil!?

 

sounds nonsense, I know

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Sonoridades à terça

por mandarina, em 28.02.12

A ouvir a minha rádio no cotonete e a relembrar uma das minhas músicas favoritas dos Coldplay. Além da letra ser linda sempre achei o videoclip amoroso - 真可爱 (zhen keai) Raio da velha é mais flexível que eu. A seguir... spinning class:)

 

 

 
"You left the sweetest taste in my mouth"

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Adoro

por mandarina, em 28.02.12

Eu sei que não devia, mas adoro este grupo "Things Foreigners NEVER say in China" criado por colegas aqui da uni que, tal como eu, têm um sentido crítico apurado! Usando-se da melhor arma de qualquer língua, a ironia, algo que os chineses desconhecem o que seja, fazem os comentários mais jocosos e dizem as coisas mais acertadas, perspicazes e na mouche acerca da China! E assim ficam registadas frases que encerram a essência do reino do meio: 中国

 

É um fartote de rir (risos)

Viva a ironia, o sarcasmo e a gente com sentido de humor (ainda que negro) :)

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Ehla coisas

por mandarina, em 28.02.12

EH há coisas, ou Ehla coisas ou como raio se diz. Actualização no número de alunos na minha turma: quase 40, digo quase porque o número nunca estabiliza, todos os dias aparecem alunos novos vindos sabe-se lá de onde. Não há mesmo condições. A minha colega da Índia diz-me, queixosa, "e ainda dizem que esta universidade é uma boa universidade, não no estudo de língua". Coitada, para ela que paga ainda é uma situação mais injusta. Mais, disse-me ela, um semestre que paga aqui, ou seja 7500RMB (€900), na Índia com essa quantia pagaria 3 anos. Ele Há coisas...

 

Ehla coisas - Ainda a propósito das propinas da universidade, que graças ao CSC (governo chinês) não pago, discutiam os meus colegas no intervalo, meio surpresos meio indignados, que pessoas de diferentes países pagam diferentes quantias, a colega da Índia e os da Indonésia pagam 7500RMB, enquanto que os vietnamitas pagam só 6000 RMB, há quem pague 8000RMB e assim vão as coisas, muito eu gostava de entender estes critérios. Ehla coisas...

 

Ele há coisas - A professora de KouYu, Oralidade, teve a ideia espectacular, ou nem tanto, de dar uma aula de cuscuvilhice. Toda a gente, hoje 37 alunos, tiveram de durante 2 horas debitar de pé e à frente da turma toda a constituição da família, suas idades, profissões, aparência, habilidades, nacionalidade... Bom exercício para nos fazer falar, mas laoshi 2 horas a ouvir as pessoas dizerem "大家好,我叫。。。, 我是。。。人,我的家庭有。。。口人,等等。" ou seja, olá a todos, eu chamo-me blablabla, nacionalidade blablabla, a minha família é constituída por ... membros." EhLa COISASSSS...

 

A prof. de oralidade, a minha professoa favorita, que além de ser gira, ter estilo, saber ensinar, saber motivar, ser boa professora, é uma boa surpresa no meio das outras. Concluindo e resumindo: das 5 que nos calharam na rifa, 2 são professoras à séria, as outras, 3 galinhas a aspirar a professoras. Ehla coisas

 

p.s.: a professora de oralidade é mesmo boa mas escusava de ter gozado comigo por causa da minha pronúncia, mas pronto é tão boa que até nisso lhe dou desconto. Que sabermos rir-nos das nossas próprias gralhas é uma virtude, e eu normalmente sei, mas em frente à turma todaaaaaa ehla coisas...

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Coisas

por mandarina, em 27.02.12

Eu posso não ser a pessoa mais observadora, que não sou, nem a mais perspicaz, tampouco sou, mas se há coisa em que raramente erro é no julgamento que faço das pessoas. À queima roupa, posso até não perceber se a pessoa mente com os dentes todos, se a pessoa é superficial, complexa ou mediana; se é louca ou é banal; se é fria ou um pinga amores; se é super inteligente e interessante ou se é igual a mil e uma outras, e etc. Posso até falhar nestes julgamentos todos, porque não sou das pessoas mais atentas a este tipo de pistas que nos levam a conclusões destas, mas há coisa em que não falho (se é que alguma vez falhei) é perceber se quem está à minha frente é boa pessoa ou não. E isto para mim significa dizer que não é uma pessoa que se põe sempre em primeiro e não tem quaisquer escrúpulos em passar por cima dos outros, que é vil, que é mesquinha, egoísta e egocêntrica, que se faz amigo pela frente e dá facadinhas por trás a torto e a direito, que tem por prazer rebaixar os outros e ofende as pessoas de propósito. E isto não engloba tudo o que para mim faz de uma pessoa uma má pessoa, mas já é discrição que baste.

 

Nunca me engano, feliz ou infelizmente, e, ainda espero chegar o dia em que alguém me contrarie a tendência. Mas até à data não julgo ter falhado.

Essas pessoas são claras como a água, a maldade está-lhes no olhar, no trejeito da boca, e quase sempre essa maldade materializa-se em palavras.

Já dei com algumas dessas pessoas por aí, sinto sempre um desconforto tão grande, um mal-estar, um não posso contigo por perto, pessoas de maneiras grosseiras mas que aparentam muito boa educação, com palavreado disfarçado mas ainda assim vil. E, depois, se há gente que duvida e que não sabe separar o trigo do joio, talvez por ingenuidade ou bondade, há outros, tal como eu, que sabem e sentem essa maldade no primeiro impacto, e felizmente essas pessoas estão aí para me reafirmar que não são os meus olhos que inventam coisas e que, realmente, há gente que não presta e, isso, meus amigos, para quem o sabe farejar, não há como disfarçar, que a maldade é como uma doença crónica, não há como se safar dela.

 

Felizmente, também sei identificar quem é boa pessoa, ou melhor sentir com o coração, logo nas primeiras impressões e, também neste aspecto, raramente me engano. Afinal, é como diz o Principezinho, "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos".

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Porquê, mas porquê

por mandarina, em 27.02.12

Eu não digo só mal, quem me lê pensa que eu só sei criticar, digamos que tenho especial queda para criticar, mas as críticas nem sempre têm de ser pejorativas, também as há construtivas. Só tenho pena de não ter nível de chinês suficiente para discutir com os meus professores acerca dos seus métodos de ensino, visivelmente falhados, e isto está mais que comprovado pela maioria dos alunos da turma.

 

Aula das 8h (já não bastava ser segunda de manhã, 8h) foi uma bela dor de cabeça. Audição: textos para lá de complicados, muito longos, com vocabulário que ninguém conhece e não vem no livro, texto falado muito rápido. Resultado: ninguém percebeu quase nada, ninguém queria responder e sempre que respondia era a rir-se porque ia responder ao calhas, a probabilidade de acertar, quando a resposta anda entre o certo e o errado, é sempre com um animador 50% de probabilidade de ser certo. Isso ou resposta, "não percebi", "não entendi", "não ouvi bem", "não é claro", deng deng... estamos bem, estamos. Eu que não dormi bem, e que apesar de não gostar de desistir, desisti logo quase de imediato. Final da aula, a prof. manda ler o texto, que passou em áudio umas 500 mil vezes antes, e olha que grande surpresa: nem ler as pessoas conseguiam, o que fará ouvir e perceber (ainda que passado 500 mil vezes, nem que fossem 2000 mil laoshi).

 

Aula das 10h, quebra-cabeças nº2: aula de leitura, textos cada vez mais complicados, caracteres novos a cada dois conhecidos, palavras e definições que não interessam a ninguém, tipo como se diz ouriço cacheiro ou uma espécie de porco espinho qualquer, eu nem inglês sabia dizer que bicho era aquele, quanto mais chinês. Fiquei a discutir com o meu colega da Indonésia, ele a dizer que era um rato e eu um porco ahhhhhhhhhhhh

Este meu colega para mim "pareces cansada", eu traduzo, "tens um ar tão enfadonho e pesado".

 

Não dormi bem e depois ainda me espetam logo pela segunda com estas aulas de gente maluca mas porquêeeeeeeeeeeeee...

听力课听不懂,阅读课看不懂,怎么办?

 

怎么办? e isto hoje só lá vai com uma boa dose de cafeína que arruinará a minha noite de sono mas se não for assim como é que estudo e faço tpc!?

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Lost in translation

por mandarina, em 26.02.12

Chinglish

 

Ou seja lá o que isto queira dizer!?!?

 

Love is only a dirty trick played on us to achieve continuation of the species.
W. Somerset Maugham

 

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