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Para ti :)

por mandarina, em 30.10.11

Obrigada :)

Obrigada por seres um leitor assíduo, isso deixa-me com mais vontade de escrever, obrigada por teres dito que os meus posts são viciantes e que "dá vontade de continuar a ler até ao fim". Corei, nunca soube bem lidar ou como lidar com elogios quando sinto que são genuínos, um muito obrigada pelas palavras sinceras e encorajadoras. Prometo que d´hora em diante vou tentar não me subestimar.

Gosto de saber que assim me ficas a conhecer melhor, nunca tivemos muita oportunidade para isso, dá-me prazer ter-te por cá a ler-me, espero não te desapontar, este é um "espaço", como dizer, muito "meu" e é bom poder partilhá-lo contigo, eu que sou um pouco de ti :)

Bem-vindo e sente-te à vontade para comentar com o vocabulário certo ou não, no final o que conta é a intenção, e essa sei ser a melhor de todas.

Fico verdadeiramente feliz e lisonjeada por teres orgulho em mim, esse orgulho é recíproco, que o saibas!

 

Bem-vindo ao meu "mundo"!

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(In)consciência

por mandarina, em 30.10.11

Porque se há pessoas que tu não suportas e muito menos levas em conta o que elas dizem e o que julgam em ti como certo ou errado, depois há outras, que respeitas e admiras de certa forma pela maneira de estar na vida, pela mulher que é, pela mulher que vês e desejas um dia vir a ser. E depois a opinião e o julgamento dessa pessoa conta e conta mais do que supostamente deveria ser possível porque te vês exposta e porque te vês "julgada". Repetes para ti que sabes o que fazes, que sabes o que tens feito, que te respeitas e que controlas a tua própria vida, mas inconcientemente ouves aquela voz que não te deixa de consciência tão tranquila contigo mesma. E é tramado porque se alguém tem a capacidade de nos colocar em sobreaviso desta maneira é sinal de que afinal não és tu que controlas a tua vida como bem intencionavas e que à menor rajada o barco pode virar e aí terás que nadar para não te afogares.

 

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Que belas figuras no ginásio

por mandarina, em 27.10.11

Das coisas que me tiram do sério e me fazem sentir uma enorme repulsa é a falta de compostura de certos individuos com a sua nudez,  e, não eu não sou de todo uma pessoa picuinhas com estas questões. Bom enfim a questão é única e somente esta: frequento o ginásio da Universidade, não é nada de por aí além, acho o sitio um pouco sujo até, os equipamentos também não são espectacularmente modernos ou novos mas vão servindo para uma pessoa se ir mexendo, e eu bem preciso com o Inverno à porta. Bom até aqui tudo bem, o staff é simpático, não ajudam mas também não chateiam, tipo como aqueles instrutores que parece que te estão sempre a pôr defeitos porque pões a perna assim ou assado.

As pessoas que frequentam um ginásio são tanto internacionais como chineses, há de tudo, até aqui tudo bem também, acho bem que haja esta mistura interessante de nacionalidades no ginásio.

Agora meus amigos, o que realmente me tira do sério, é a seguinte situação: os moços acham piada, aqueles que pronto investem no corpinho tipo do género todos os dias a levantar pesos, e a suar e a pingar, pronto, aqueles que se gostam de exibir, mas estes ditos cujos acham o máximo andar sem t-shirt na porcaria do ginásio a andar a exibir os seus belos peitorais. E eu não acho normal, e digo isto de um chinês ou de um inglês, mas que m***a de à-vontade é este que os faz achar-se no direito de andar para ali, um espaço público, semi-nús e todos suados, todos pegajosos.

Tudo bem que tenham calor, mas eu também tenho e, nem por isso, ando toda descomposta no ginásio.

Tudo bem que se queiram exibir mas nunca ouviram dizer "less is more", é que desculpem lá eu não sou obrigada a ter de tar a ver-vos passar à minha frente como se tivessemos todos numa boa na praia. Sinceramente, podem achar-me conservadora, picuinhas etc, não se trata de nada disso, trata-se de ter maneiras, de saber estar em público e de não impor aos outros a vossa maneira cómoda de estar, é que não estão propriamente na vossa sala de estar a fazer exercício, estão num espaço público onde outras pessoas têm de levar com a vossa espectacular semi-nudez.

E para piorar a situação, sim porque eu desconfio que não haja nenhum tipo de restrição por parte do ginásio quanto à indumentária ou falta dela. Mas aconteceu-me esta situação que teria piada senão se tivesse passado comigo. Então estava eu descansadinha no meu canto a correr na passadeira, quando vejo que o moço chinês ao meu lado gesticulava muito para os meus lados, queria chamar a minha atenção, obrigou-me a tirar os phones dos ouvidos, tirei, perguntou-me de chapa :"are you american?", e sim ele tava de tronco nú para "embelezar" todo este cenário, ao que eu respondi "não sou, sou portuguesa", isto em chinês, e ele "can you speak chinese?" e eu "não" ao que ele fica intrigado, "tão mas se ela me tem respondido sempre em chinês e percebe as minhas perguntas é porque sabe", deve ter ele pensado para si, e então volta à carga "are you american?" e eu porra para o raio da conversa "no, I not, I´m portuguese" mas como ele não sabe nem sonha o que seja ser "portuguese ou vá 葡萄牙人 (putaoyaren) deixou pura e simplesmente de me incomodar porque enquanto pensava eu aproveitei para sacar dos meus phones e continuar a correr. De qualquer maneira, ele deve ter entendido que faz mal correr e falar ao mesmo tempo!!!

 

Abordagem falhada caro amigo: tem sempre em conta que obrigares uma pessoa a fazer algo que não quer (neste caso parar o que estava a fazer, correr e ouvir música) e ainda para mais tu continuas a correr a 100 à hora a provar, sim eu sou bom e forte, olha para estes músculos todos, e a pingar feito um ... (sei lá) enquanto me avalias logo pela cara e me rotulas imediatamente de americana porque não te ocorre nenhuma outra nacionalidade é simplesmente meio caminho para a abordagem sair uma grande borrada.

 

Juro que um dia destes, quando o meu nível de chinês mo permitir, chego ao pé dos tais engrançadinhos que insistem em despedir-se todos (vi um a correr na passadeira e a despir-se ao mesmo tempo) lhes digo "veste a porra da t-shirt, que não tás em casa", assim curto e grosso.

 

Fico de mau-humor com o excesso de à-vontade destes tipos que se acham e só se querem exibir.

 

再见

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A China, como eu a vejo!!!

por mandarina, em 25.10.11

Longe de mim querer entrar em polémicas, defender esta ou a outra parte, cada um tem o direito à sua opinião, não pretendo sequer ser politicamente correcta, nos dias de hoje, isso de "politicamente" correcta quer dizer, a meu ver lá está, tão pouco.

Este é um post especialmente sobre mim, e não sobre como o mundo vê ou sente que a China é! E eu não estou aqui, neste post, a defender essa "China" que foi tomada pela parte, os 1,3 biliões tomados por uma (pequena) parte da sociedade.

Vivo aqui, há quase um ano, vivo aqui todos os dias, respiro o ar poluído que eles também respiram, estou aqui não contra a minha vontade, estou aqui porque quero estar. Sei em que país vivo, tenho consciência das atrocidades que se cometem neste país a torto e a direito, vejo os mendigos, vejo pobreza nas ruas todos os dias, vejo a indiferença dos que passam estampada nas suas caras, sinto essa indiferença, mas não me julgo melhor que eles, não me julgo pior nem melhor, não faço nada para mudar este ou outro país, vivo nele mas não actuo nele.

Se me tornei insensível, pois, mentira, sinto-me exposta a situações que nunca me vi confrontada em Portugal, se as existem em Portugal, não sei, existiram outras, talvez não tão flagrantes como as da menina que morre atropelada, mas nem, por isso, menos dolorosas ou insignificantes. Não preciso ir muito longe, não generalizo, mas a forma, muitas vezes, como se tratam em Portugal os mais velhos indigna-me porque sou neta e não consigo deixar de pensar que se não fossem os meus avós eu não faria parte deste mundo nem seria a pessoa que sou hoje. Não generalizo, não acontece em todas as casas, mas tomemos o exemplo das notícias da morte silenciosa de muitos idosos deixados ao abandono, no mais profundo e doloroso esquecimento. Não acuso ninguém, mas lá está, sou neta e tenho tanto orgulho de amar todos os dias os meus avós e de sempre que os tenho de deixar (sem mim por perto) ficar com o maior dos pesos na alma por os saber mais "desamparados" do conforto que lhes dou e do contacto diário que tanto prezo.

Sei em que país vivo, sei que este país sucumbiu e tem tendência a sucumbir cada vez mais à ganância e à impiedade e sei-os (a muitos) capazes de passar por cima de quem preciso for para chegar lá, ao tão afamado sucesso, ou simplesmente garantir a sua sobrevivência. E, sim, esta falta de sensibilidade e de compaixão deles é chocante, dilacera o coração de qualquer pessoa e, especialmente, de qualquer mãe que assista a estas imagens, não sei o que aquela mãe sentiu, se teve verdadeira culpa ou se foi negligente por alguns minutos mas, ainda assim, era a mãe desta menina e só ela pode viver com o peso desta morte.

Não tento com isto justificar o que se passou ali, não há justificação possível para tal crueldade e frieza, mas, a este ponto, depois de conviver com eles diariamente, consigo dizer que os chineses não são aquelas pessoas que se vêem ali, ou pelo menos, eu conheço muitos que não são nem de perto nem de longe comparáveis aos daquele vídeo. Não percebo o que se passa ali com aquela gente, quase parece mentira, mas é realidade, por trás pode estar medo, pode estar o medo de arcar com as consequências, e neste caso, porque o governo não suporta quaisquer despesas com a assistência ou saúde pública, estaria em causa arcar com as despesas do tratamento e responsabilização pelo tratamento da menina, daí a cobardia de muitos, ainda assim não é justificação, nem numa sociedade que privilegia o colectivo e esquece o indivíduo.

Agora, uma coisa é certa, os valores deles são outros, diferentes dos nossos, mas não posso deixar de realçar que os chineses respeitam quase de maneira sagrada os mais velhos,  e, por isso, não são os jovens que tem a última palavra ou a mais forte, a sabedoria pertence aos mais velhos, daí que na sociedade eles assumam o lugar de destaque, sejam ouvidos, bem tratados e respeitados por todos (pela grande maioria).

Vivo numa cultura diferente, esbarro, ainda hoje, muitas vezes com imensos obstáculos culturais, e nem sempre é fácil perceber, mas nunca me foi difícil respeitar, por isso, mesmo que não entenda esforço-me ao máximo para não fazer valer os meus "valores" que muitas vezes só fazem sentido e só se enquadram nos standards ocidentais.

 

Teria páginas e páginas a escrever sobre este país que, devo confessar, tão bem me acolheu, aliás sairía daqui uma longa dissertação, não acho que seja aqui que o vou fazer. A minha opinião é parcial, está claro, e se ofende ou choca alguém compreendo, tal como compreendi a opinião de muita gente que comentou e criticou os chineses no meu post "Indiferença Humana". Agora se tive a capacidade, ainda que não concordando muitas vezes, de compreender as críticas também certamente espero que percebam o meu "ponto de vista".

 

Nenhuma sociedade é, no seu todo, perfeita, mas é sempre mais fácil julgar as outras, ao ter que julgar a "nossa" própria! (Uma vez mais é só a minha opinião)!

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慢慢来

por mandarina, em 24.10.11

A Rita, do http://ritanachina.blogs.sapo.pt/, está constantemente a incentivar-me quando me ouve dizer "eu nunca vou conseguir falar chinês (fluentemente)" e então ela diz: "慢慢来 (manmanlai)" que quererá dizer mais ou menos, "com calma virá" a referir-se à minha aprendizagem com o chinês. E depois, eu penso , sim, ela tem razão, preciso de ir com calma, de estudar mas não querer em tão pouco saber tudo, assimilar tudo, perceber tudo, e falar, principalmente falar. Tudo o resto é muito importante mas numa língua se não se consegue comunicar então não se consegue nada. E eu tenho, como sempre tive, este grande problema. Não sou uma pessoa muito faladora, e os que se cruzam comigo podem mesmo pensar que sou bastante desinteressante, ou mesmo um pouco anti-social, por assim dizer! Para os que já me vão conhecendo, já sabem que não sou uma pessoa tagarela, não sou de todo "talkative" e isto é um entrave para quem quer falar esta ou outra língua. Juro que me estou a esforçar por ultrapassá-lo, agora lá está "慢慢来" "devagar se vai ao longe" e lá chegarei.

Como em tudo na vida, há dias melhores outros piores, até quando se estuda uma língua,  e percebo que, até ao momento, já fiz inúmeros progressos, já consigo perceber mais do que quando cá cheguei, já não soa tudo a ruído de fundo, muitas vezes ainda soa, dia-a-dia soará menos, estou confiante disso. A verdade é que esta urgência de perceber me deixa um pouco bloqueada, e eu odeio bloquear, principalmente quando alguém fala comigo e eu paro instantaneamente de raciocinar e de ouvir. Tenho de aprender a controlar estas reacções, e perceber que o medo de errar é o maior inimigo e o mais perigoso para quem deseja algo ardentemente.

 

Exige de ti mais do que esperas ser capaz de alcançar, mas não exijas o impossível porque o impossível só traz frustração e rugas!!!

 

再见

 

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Ups...upsi

por mandarina, em 23.10.11

Andas a trocar olhinhos com um rapaz que é aprazível ao olho (很好看 - henhaokan) e parece ser simpático e bom rapaz. Até que um dia, tudo muda. Sabes o nome dele, nacionalidade, o que estuda, com quem se dá, estado civil, etc etc...mas desconheces algo realmente importante: a idade. E, não sei se sou só eu que penso assim, mas este assunto da idade funciona de maneira quase oposta para rapazes e raparigas. Enquanto que, para um rapaz, isto a generalizar, claro, mas enquanto que um rapaz acha piada a raparigas mais novas, seja para um affair, seja para namorar ou casar (whatever), as raparigas vêm, regra geral, as coisas de maneira diferente, e geralmente interessam-se sempre por rapazes/homens da mesma idade ou ligeiramente mais velhos que elas. Isto é normal se pensarmos que a maturidade de um rapaz desenvolve-se (nalguns nunca se chega a desenvolver) mais tarde do que a da rapariga. Há, claro, casos de sucesso de mulheres mais velhas a namorar com homens mais novos, mas não é frequente porque o choque de idades é um obstáculo dificil de contornar.

 

Bom mas continuando com a história. Quase que te esqueces deste pormenor, vá também não é normal pedir-se o BI da pessoa com quem se anda no flirt, acontece, por acaso, simplesmente descobir que o teu flirt tem nada mais nada menos que 20 aninhos e depois ainda pensas  "é só 4 anos mais novo" , e aí " Pára tudo, pára tudo" voltas a pensar "4 anos", hum, e pensas "mas com 19/20 andavas a anos luz do que hoje com 24 és"!!!

 

Por muito que ele seja 好看 (borrachinho) só a ideia de algo, que não amizade, com alguém tão imberbe dá-me arrepios, por isso, bye bye flirt, 呵呵 (hehe).

 

不好意思 (buhaoyisi) (como quem diz "desculpa lá a disciminação"), mas eu ainda estou na idade de aprender e não de ensinar.

 

 呵呵

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A vida na residência

por mandarina, em 23.10.11

Porque acordar a um sábado ou a um domingo com o barulho infernal das criancinhas que vivem neste piso me transtorna de uma maneira quase irracional, e infelizmente, às vezes esqueço-me que elas são crianças e só me apetece lhes mandar um berro e dizer para se calarem, para pararem de gritar, guinchar, espernear, e tudo o que elas durante toda a manhã, tarde e noite fazem, todos os dias, todas as horas sem interrupção.

E depois juro que penso e repenso, mas são crianças e foram confinadas a viver uma infância bastante diferente da minha, estão confinadas a um quarto igual ao meu, que deveria ser isso mesmo, um quarto para, no máximo, viverem duas pessoas, não uma família inteira de 4 ou mais pessoas. Não que tenha conhecimento se elas já viviam ou não em comunidade nos países delas (Iemén, Arábia Sáudita e países que tal ). E, que escolha têm elas senão usarem o corredor, visto que têm 5 ou 6 anos, para darem asas à imaginação e energia.

 

Quando olho para elas penso invariavelmente "oh que anjinhos, fofinhos, pequeninos" mas depois quando os oiço a andar de patins, de bicicleta ou de trotinete para trás e para a frente no corredor perco logo a boa disposição. Isso e quando faz parte da brincadeira bater à minha porta só porque sim, e quando querem entrar nos quartos deles batem incessantemente nas portas, como se a quisessem deitar abaixo, e os encontrões que dão contra a minha porta quando andam nos patins...

 

Ah, já sei que toda a gente neste dormitório tem sempre uma queixa qualquer dos vizinhos e até dos colegas de quarto, (já soube que uma vietnamita andou ao estalo e até, vejam bem, mordeu na roommate russa). Eu a ouvir histórias destas só posso sentir-me uma grande sortuda, ninguém está a invadir o meu espaço e a minha privacidade é algo sagrado, e, está, felizmente intacta por 300RMB por mês. Mas estas pobres criancinhas que choram, gritam, esmurram portas, que não param um segundo quietas, estão a dar cabo da minha sanidade mental, mesmo...

 

O silêncio e a paz são, onde vivo, (quase) tudo para mim, e aqui simplesmente é barulho e barulho constante. Acho que a minha sorte ainda é não passar assim tanto tempo no quarto e não consigo passar menos porque estudar ocupa-me a maior parte do meu tempo.

Das duas uma: ou saio daqui maluquinha de todo (já não sou muito sã) ou então acostumo-me a esta chinfrineira constante.

 

 

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Indiferença humana

por mandarina, em 21.10.11

Hoje não posso deixar passar ao lado esta notícia que correu o mundo e que chocou pela crueldade, pela frieza e, principalmente, pela indiferença humana tão visível que gera revolta, terror e incredulidade com as seguintes imagens: http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-pacific-15398332 

 

Logo quando soube desta notícia senti que não conseguiria ver estas imagens, mas hoje, sabendo da morte da menina chinesa de 2 anos, que foi desumanamente atropelada duas vezes e que foi ignorada por 18 chineses que ficaram indiferentes ao que se estava a passar com ela, não pude deixar de me "obrigar" a ver para não deixar de sentir o que é a falta de humanidade na China. Este é, sem dúvida, um exemplo extremo, mas variadas vezes não pude deixar de perceber que os chineses tem um sentido muito particular de estar perante a vida humana alheia e, posso mesmo dizer que, no geral, há uma total ausência de compaixão e assistência a pessoas em situação de risco/emergência.

 

É desumano o que se fez a esta menina, nenhuma cultura ou pessoa por mais fria que seja, ou por mais indiferente que o "outro" lhe seja pode conceber como algo normal a falta de reacção numa situação destas. 

E não, não é normal, que alguém que assista a um episódio destes não sinta urgência de a socorrer nem um pingo de piedade. Esta indiferença humana choca, principalmente por se tratar de uma criança, um ser humano indefeso sem capacidade nem consciência para sequer tentar reagir perante o que passa com ela.

 

É uma brutalidade e é uma pena que, por mais que os chineses sejam imensos (sim, são mesmo muitos) e que tenham outra noção do valor da vida, não sintam que uma vida humana é algo único e não uma banalidade, e que o sofrimento (imagine-se o que a pobre criança não tenha agonizado) de uma criança não suscite absolutamente nada para além de espanto e curiosidade.

 

O coração ficou tão apertado a ver estas imagens, mas é necessário ver, e, ainda que não vivesse na China, chocar-me-ia de igual modo, mas vivendo, sinto que isto não só não é desculpável de modo algum como também é um abre-olhos à insignificância que a vida alheia assume aos olhos deles.

 

A China, once again, a ser notícia pelas piores razões.

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Da petulância alheia

por mandarina, em 21.10.11

Às vezes fico estupefacta como certas pessoas conseguem ser tão irritantes e petulantes, são aqueles seres que, por muito que o assunto nem lhes diga respeito, se acham sempre no direito de não só julgar as vidas dos outros (sim, isto todos nós o fazemos) como chegam ao cúmulo de disparar a dar palpites e fazer comentários pouco bem-vindos sem pesar as palavras, sem pensar, que se calhar não é bem assim, e que, provavelmente, há várias maneiras de ver as coisas. Não, é incrível, mas há verdadeiramente pessoas que vão ao extremo e que, não só opinam como, quase que te querem fazer engolir à força o ponto de vista delas. Neste ponto, normalmente não sei se ria ou se chore, mas nunca pago na mesma moeda nem entro em discussões infantis.

 

Mas, visto que eu já passei da idade de ser influenciável e que considero que a opinião alheia, é só mesmo isso, uma opinião que não me vai restringir em nada, nem vai mudar a minha maneira de ser ou agir porque sinceramente já tenho a minha identidade bem definida, simplesmente fico a pensar que saber lidar com uma pessoa assim é uma prova-de-fogo diária.

Normalmente, só sinto sentir pena de pessoas que insistem ter sempre a razão, sim, toda a gente tem a sua razão, agora querer impigi-la ao mundo é qualquer coisa de muito irritante porque se, apesar de ter a sorte de não ser fraca de espírito, há por aí muita gente que, por ter uma personalidade mais fraca ou uma identidade pouco sólida, perante uma pessoa assim levará com muitos baldes de água-fria sempre que discordar da sua opinião "suprema" ou não seguir os conselhos sábios de sua excelência.

 

É que, se ainda, aceito este tipo de situações de uma grande amiga/o, porque aí sabe-se ser uma opinião amiga que visa o meu bem apesar de, por vezes, poder ser uma opinão difícil de entender, não entendo, nem aceito que alguém que não me é nada, além de alguém com quem normalmente convivo, e que nunca vai passar disso, possa ser tão petulante e tão desagradável.

 

Ah a raça humana nunca vai deixar de me espantar e nem sempre pelas melhores razões, infelizmente!

 

 

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Playing with words - II

por mandarina, em 20.10.11

Ai que tenho tanto para estudar e 作业 (zuoye - tpc) com força mas não posso deixar de vir aqui partilhar mais duas curiosidades linguísticas!!!

E claro, tem piada, pelo menos para quem estuda chinês tem e muita.

A minha nova professora particular, futura amiga acho, é adorável, é uma rapariga vietnamita que está a estudar para ser professora de Chinês e que tem um chinês muito bom, já dá aulas na escola onde estudo e tudo :-O

 

Bom ia a dizer, então ela pediu para eu ler, e eu claro li, e ela, de imediato, soltou uma risota  e eu percebi logo porquê, porque realmente tem piada, a frase era 老师,请问 (laoshi, qingwèn - teacher, can I ask a question) e o que eu disse foi laoshi, qingwen - supostamente, certo, não? pois mas não, errei o tom, e querem saber o que estava a dizer: teacher, please kiss me (老师,请吻) - again, foneticamente muito parecido mas lá está o tom muda tudo! Tudo porque errei o tom, e voltei a errar um par de vezes, sempre a dizer, professora por favor beije-me. Se o professor for jeitoso ainda teria a sua piada, mas a uma professora!!!

 

Depois tavámos na parte dos diálogos, e eu comecei, e disse: 小姐(xiaojie) e ela risota novamente, e aí voltei a lembrar-me que esta expressão mais vale evitar porque tem 2 sentidos. Um que seria, "menina" e a outra menos boa "prostituta", por isso, a não ser que se queira evitar fazer juízos de valor sobre alguém mais vale de todo evitar este xiaojie. Depois lembrei-me que já, algumas vezes, chineses, principalmente na hora de vender, me chamaram xiaojie, na altura achei simpático (ainda não sabia deste duplo sentido), agora acho que vou olhar 2 vezes para a próxima pessoa que se atrever a chamar-me isso!!!

 

 

E pronto resta acrescentar que vou provar comida verdadeiramente vietnamita cozinhada por ela, e em troca, vou ter de me esmerar a cozinhar algo tipicamente português para a minha professora - laoshi Ming Fang. Any idea???

E cá entre nós, que ela não me ouve, Ming Fang é foneticamente parecido com 米饭 (mifan - arroz), mas vou evitar esta piadinha! 

 

(Curiosidade) O vietnamita tem 6 tons, ela diz que os vietnamitas não falam, cantam!

 

呵呵(hehe)

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