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viagem aventura

por mandarina, em 17.06.13

Como em qualquer lugar do mundo que seja exótico, viajar é normalmente sinónimo de aventura, como nós o comprovámos este fim-de-semana.

Primeira aventura, conseguir com a minha cópia de passaporte comprar um bilhete no comboio de alta velocidade. Visto que o meu passaporte confiscado para obter novo visto de trabalho fui reticente, e já a adivinhar a dificuldade de obter um bilhete sem ele, tentar comprar um bilhete. Depois de ouvir uns 5 nãos, e de levar as mãos à cabeça, lá conseguimos que uma das gerentes me vendesse um bilhete, e isto graças à minha amiga chinesa, que sem ela teria sido um não definitivo. E tem graça porque nos de alta velocidade não podia viajar, mas nos normais "lentos" já me deixavam ir. Uma vez mais, a tal da lógica chinesa que eu não capisco.

 

Segunda aventura, bilhete comprado, descubro que vamos sentados sim, sentados no chão, que o comboio já estava como quase sempre es, totalmente lotado. E assim foi uma viagem passada no chão do comboio, bastante rijo por sinal. E claro, que atraímos logo chineses curiosos, curiosos por saber as nossas nacionalidades, mais curiosos quando descobriram que o colega americano fala chinês e namora com uma chinesa, e ainda mais deliciados porque nós bebemos cerveja às 10h da manhã. Juro que a ideia não foi minha. Cerveja às 10h, no hall do comboio, pertinho da casa de banho, com uma data de chineses à volta, merecia foto.

 

Terceira aventura, tentar chegara a uma ilha, isto depois de chegar a BeidaiHe, que é uma estância balnear noutra província mas ainda assim significativamente perto de Pequim para ter sido a eleita dos chineses ricos e do partido comunista como o lugar de encontros e de relaxe. Lá fomos persuadidos por uma senhora que tinha o marido à espera no carro (black taxi) para nos levar aos 5 ao destino. 4 pessoas no banco de trás não é agradável, muito menos quando a viagem dura quase uma hora, com uma paragem pelo meio para comprar cerveja, aliás demasiada cerveja. Os americanos são heavy drinkers. Cerveja que foi para a praia, aquecer na praia, e que ninguém praticamente bebeu, e que voltou da praia para a cidade, e que morreu abandonada no hotel. A pior cerveja do mundo, Snow.

 

Quarta aventura tentar regressar à cidade, por pouco que ficávamos na praia/ilha até ao dia seguinte e digamos que não teria sido nada agradável. Lá conseguimos uma van para nos tirar dali, antes de sairmos a condutora disse-nos que nos levava a um hotel que aceitava estrangeiros, rimos dela, não acreditando que qualquer hotel negaria a estadia a estrangeiros e fomos à procura com a certeza que era treta dela para ficarmos onde ela quisesse. Pois mas não era, para nosso próprio espanto a senhora tinha razão, e no primeiro hotel que o colega americano entrou levou com duas chinesas histéricas a gritar "não, não, não" e a mandar-nos sair imediatamente.

 

Seguiu-se mais um e outro, e em todos a resposta era a mesma, ante a nossa estupidificação e a nossa indignação lá encontrámos alguém que nos levou de carro para outra zona da cidade, visto que naquela não éramos bem-vindos e lá encontrámos um sitio que "aceitava estrangeiros". WTF, nunca vi nada assim, racismo puro e duro. Os colegas vieram logo com a teoria que nos iam matar ali, há sempre alguém com este tipo de teorias perante casos tão extremos de ódio aos estrangeiros. Mas felizmente sobrevivemos todos, e não sendo os nativos daquele sitio muito simpáticos lá conseguimos comer, dormir e beber sem grandes sobressaltos.

 

Última aventura, descobrir, no domingo, que os bilhetes de comboio, alta velocidade ou normais, sem grande espanto, já tinham todos voado. Felizmente, conseguimos bilhetes no autocarro que faz a ligação a Pequim, e assim acaba a nossa viagem. Num autocarro cheio de chineses, ainda que felizmente todos sentados, mas nem por isso menos desconfortável, primeiro com a música chinesa aos berros (tiveram o bom senso de a parar após uma hora de viagem) e depois porque digamos que 4 horas num autocarro é dose, principalmente quando se tem sono e não se encontra posição ou espaço suficiente para dormir.

 

Apesar das aventuras, a viagem foi revitalizante, mar, praia, mergulhos, jantaradas, fotos, amigos e ar puro... sinto-me muito mais leve :)

E a próxima, se sair mesmo, incluí carro alugado conduzido por "nós", Mongólia, camelos, deserto e mais ódio aos estrangeiros (quase de certeza). Mas bom venha de lá mais uma viagem aventura.

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