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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Ando numa fase introspectiva, talvez por andar com mais tempo para parar e realmente pensar na vida, na minha principalmente, que é a única que me diz inteiramente respeito, e não a partilhando com ninguém, a não ser com os meus botões, então tenho de me entender comigo mesma.
Se calhar o frio, que não tem dado descanso, mais a chuva, o vento, e o céu cinzento que parecem que vieram para ficar indeterminadamente também tem contribuído para o despoletar deste período mais intimista e introspectivo. Não sei, apetece-me escrever sobre isto, sobre nada, nada em concreto, coisas do dia-a-dia que, a meu ver, significam muito pouco para quem as lê e não as vive. Palavras que não chegam a lado nenhum, pensamentos inconclusivos, sem razão de ser, sem sentido, à deriva no emaranhado precipício de pensamentos que surgem e logo se desfragmentam em mil pedaços.
Revejo-me, avalio-me, reavalio-me, relembro conversas, palavras, olhares, momentos que cada vez me soam mais a passado, num espaço que se avista mais distante, mais improvável. E questiono a veracidade desses momentos, que entre mil e outros momentos, não consomem mais do que uma pequena porção do tempo da minha vida e que ainda assim lhe conferem substância.
Momentos, palavras, olhares que consomem um segundo da tua vida, e que deixam uma marca por muito tempo. Sensações que te aquecem a alma, que te despertam, que te relembram o sentido da vida. Esse que tão facilmente esquecemos no passar moroso dos dias cinzentos de chuva e frio. Esse que não nos deixa esquecer que estamos vivos, que sentido faz estarmos vivos, sermos meros peões de um caprichoso jogo à escala universal e, ainda no meio disso tudo e mais importante que tudo o resto, pensar que tudo (nós) começou do nada e que ao nada regressará.
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