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As aventuras (e desventuras) de uma lusitana em terras do Oriente
Na minha praia, que não é minha, mas gosto de dizer que é a minha praia, porque é aquela onde cresci, aprendi a nadar, aprendi a dar trambolhões na areia, a levar com o mar uns dias mais bravo que outros, onde aprendi, afinal e a tempo, a respeitar mar, sol e falésias. E já agora também cor das bandeiras e apitos dos nadadores-salvadores. Mas como ia a dizer, na minha praia acontecem as coisas mais surpreendentes, para mim é tipo palco de teatro sempre apetecível ao olho mais descomprometido mas bem atento porque gosto, aliás adoro, de desfrutar da vida da praia. A energia que ela emana, que começa numa onda e se propaga a tudo o resto, desde um sobrevoar de gaivotas, num andar mais apressado das nazarenas com as suas 7 saias sempre a correr de um lado para o outro, ou então a trabalhar debaixo daquele sol inclemente o dia todo sentadas a vender o seu peixe, ao andar mais desequilibrado de uma criança a dar os seus primeiros passos e a constatar que a areia não ajuda, antes pelo contrário, é simplesmente extraordinária.
Hoje na minha praia deparei-me com esta cena tão, como definir, tão descontraída de estar de uma senhora francesa dos seus 30 e picos, que se fazia acompanhar do seu marido e filhos, mais um casal com 2 filhos também. E o que me chamou a atenção nela, perguntam vocês? Mais uma banal família com amigos e crianças, sim de verdade eram banais, mas eram também muito descontraídos com o seu corpo. A senhora vestida de saia e top saca do seu bikini, que trazia à parte na mala, e isto já depois do marido ter feito o mesmo com os seus calções de banho, mas não teve tanto interesse como ela, ela, juro que nunca vi ninguém a despir a roupa interior e vestir um bikini com tanto à vontade e sem sequer ter toalha como ajuda. A senhora desnudou-se toda com um à-vontade tão grande e com uma naturalidade digna de uma senhora que tem consciência que sim, ali há estranhos, há gente a ver-lhe o corpo, e ela nem aí, e porque haveria de estar, olhares de estranhos lá está, não deveriam incomodar tanto como normalmente incomodam, porque não nos conhecem, e, provavelmente, nunca mais os veremos na vida.
A minha parte favorita foi quando ela saca do top, fica em soutien e saca do soutien na maior descontracção possível enfia a parte superior do bikini e depois ajeita as "mamocas" no bikini, diminutas mas ainda assim "mamocas" de mãe respeitável.
Isto a vocês pode muito bem nem vos dizer nada, ou então causar repulsa, ou sei lá, pudor, mas eu acho que esta senhora deu-me uma grande lição de como nós devíamos afinal e ao cabo lidar com o nosso corpo, sem o mínimo dos pudores, não digo exibir, e até concordo que, muitas vezes, topless é uma chamada de atenção principalmente em praias à pinha, mas esta descontracção só prova uma coisa, temos todos mais ou menos o mesmo, porque raio fazemos disso um bicho de sete cabeças?
Lindo, foi uma cena linda!
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